São Paulo, segunda-feira, 24 de abril de 1995 |
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Real depende de reforma já, diz Dornbusch
ANTONIO CARLOS SEIDL
A avaliação é de Rudiger Dornbusch, economista alemão naturalizado norte-americano, professor do MIT (Massachusetts Institute of Technology), situado em Boston, Estado de Massachusetts (EUA). Ele deu entrevista durante seminário sobre as perspectivas de negócios na América Latina, realizado ontem na Harvard Business School, em Cambridge. Dornbusch, que previu com seis meses de antecedência a crise do México em artigo na "Business Week", adverte: "Seria uma lástima extraordinária desperdiçar o Plano Real por falta de agressividade do presidente nas reformas". "Ninguém vai investir para valer no país nem sua população vai ter um padrão de vida melhor se o governo não transformar o plano criativo em estabilidade a longo prazo", afirmou. A receita de Dornbusch combina a privatização "selvagem" -segundo ele, "a prioridade número um"- com as reformas fiscal, tributária, dos bancos estatais e a reengenharia do Estado. Estabilidade Essas medidas, segundo Dornbusch, darão ao país uma estabilidade substancial dentro de dois anos, abrindo caminho para uma estratégia de investimentos de longo prazo pela iniciativa privada nacional e estrangeira. "Do contrário, o país terá a inflação de volta em seis meses e o presidente entregará a seu sucessor, às vésperas de um novo século, um Brasil com cara do México de 1994", declarou. Dizendo não entender por que a privatização não anda no Brasil, Dornbusch desafiou FHC a usar seu "forte" mandato de maneira "mais construtiva". "É um homem inteligente e conta com assessores capazes, mas precisa deixar sua gentileza e boas maneiras de lado e dizer ao Congresso que chegou a hora de todos serem mais responsáveis", disse. O jornalista Antonio Carlos Seidl viajou aos EUA a convite da General Motors do Brasil Texto Anterior: Capitão preso no Rio pede novo depoimento Próximo Texto: Dois ministros recebem FHC Índice |
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