São Paulo, segunda-feira, 24 de abril de 1995
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Ministro acusa colega por boatos de demissão

DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, atribuiu ontem os rumores divulgados na imprensa de que sairia do governo a boatos espalhados por um "ministro". Não quis dizer, porém, o nome do ministro. "Intriga, não tem nenhum fundamento", disse.
Perguntado se esse ministro que ele imagina estar fazendo "fofocas" seria um engenheiro, não confirmou nem negou. Sua assessoria atribui ao ministro das Comunicações, o engenheiro Sérgio Motta, críticas ao desempenho de Malan e a boatos de que haveria reforma ministerial.
Motta acha que Malan não vende bem a imagem do governo, por ser demasiadamente retraído. Reclama da falta de intimidade do ministro da Fazenda com a opinião pública. Gostaria que fosse mais agressivo.
Malan só admite que uma eventual mudança ministerial não passaria de intriga, suscitada na própria Esplanada. E defende o ministro do Planejamento, José Serra, com quem diz ter uma "ótima" relação e estão trabalhando afinados nas principais metas do governo como ajustes fiscal ou equilíbrio na balança comercial.
"Essa história de briga com o Serra é bobagem, que não tem nenhum fundamento. A Imprensa acha que existe divisão, mas está errada", afirmou.
Os sinais exteriores, pelo menos até ontem, não são de um ministro preparando-se para deixar o Ministério da Fazenda ou o governo. Ele já prepara a mudança em junho para o Brasil.
Sua mulher, Catarina, comentou ontem que vai alugar a casa e ainda não sabe como transportar todos os livros. Haveria na casa pelo menos 5.000 livros a serem despachados. Ela teve inclusive de desativar sua escola em Washington. Aborrece o ministro, entretanto, os pedidos para que se exponha à opinião pública.

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