São Paulo, segunda-feira, 24 de abril de 1995 |
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Tempo de seleção
CIDA SANTOS
Para o masculino, 94 de novo, nem pensar. O time treina disposto a reencontrar a trilha percorrida em 92 e 93, os anos dourados do vôlei brasileiro. Com uma lesão nos ligamentos do tornozelo direito, o capitão da seleção ainda tem pela frente cerca de cinco semanas para ficar em casa, com o pé imobilizado. Carlão é talvez quem melhor exemplifique o que se passou pela cabeça dos jogadores na última temporada. Ele conta que depois do Mundial da Grécia chegou até a pensar em deixar a seleção. Estava desanimado. O time não tinha jogado bem e nem mostrado a mesma união de antes. A última grande apresentação da seleção, ele diz, foi na Copa dos Campeões, em 93. Carlão fala que 94 foi um ano de muitas pressões. E o time -vitorioso nas duas temporadas anteriores- não soube administrar essas pressões e nem controlar a euforia pelos resultados positivos que já tinha conquistado. Não à toa, ele diz que agora é hora de colocar os pés no chão. A Superliga teve sentido especial para Carlão. Além do título pela Frangosul, ele conseguiu mais: reencontrou o prazer de jogar. Viu Tande, Negrão, Giovane e Maurício -que assim como ele deixaram grandes times na Itália para jogar no Brasil- voltando a correr atrás de resultados e com muita vontade de jogar. Por isso, o capitão mostra otimismo. Acha que a seleção pode voltar a ocupar o lugar que já foi seu: o de número um do mundo. Na sua pausa obrigatória, Carlão espera a recuperação e inicia novo período na vida. Na última quinta-feira, completou 30 anos. O jogador diz que no mundo do esporte brasileiro, quando o atleta chega aos 30, logo começa a ser colocado em xeque, a ser chamado de velho. Fala que essas coisas chateiam, mas a idade não assusta. E vai além: garante que irá romper tranquilo a barreira dos 30. Nessa luta, ele já começou bem. Foi campeão brasileiro e mostrou que pode se confiar em quem tem mais de 30. No vôlei feminino, a atacante Ana Moser já decidiu: quarta-feira vai operar o joelho direito. Depois da cirurgia, deverá ficar uns três meses parada. A sua volta às quadras deve ser no Grand Prix, em setembro, ou na Copa do Mundo, em novembro, onde estarão em jogo três vagas para a Olimpíada de Atlanta-96. No último sábado, ela ainda deu umas entradinhas na quadra no jogo em que o Leite Moça/Sorocaba venceu a seleção da Superliga por 3 sets a 1. Agora é torcer para ela se recuperar rápido. Texto Anterior: Cesp tenta ganhar título 'em casa' contra Dharma Próximo Texto: Notas Índice |
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