São Paulo, segunda-feira, 24 de abril de 1995
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Piloto é tema de livro no Reino Unido

ANDRÉ FONTENELLE
DE PARIS

"The Death of Ayrton Senna" ("A Morte de Ayrton Senna"), livro do jornalista Richard Williams, será lançado em 1º de maio no Reino Unido.
O jornal londrino "The Independent" definiu o livro como uma "reflexão sobre o poder e a glória de um piloto cuja paixão transcendeu o esporte."
Williams põe Senna na categoria de pilotos que tentam ir além dos limites do carro, como o italiano Tazio Nuvolari (1892-1953) e o inglês Nigel Mansell.
Ele distingue esses pilotos daqueles que privilegiam a pilotagem "limpa", como Fangio e, sobretudo, o francês Alain Prost.
"O que fez Senna realmente diferente (de Prost) foi sua capacidade intelectual e, particularmente, a dimensão espiritual", afirma.
O autor conclui que Senna, "nascido para levar uma vida fácil e privilegiada", escolheu um esporte arriscado como forma de procurar sua própria verdade.
"Quanto mais víamos Senna, mais fácil era apreciar suas qualidades. Ocasionalmente ele trapaceou e mentiu na busca de seus objetivos esportivos, o que tornou difícil analisá-lo sem sentimentos ambíguos", conclui.
A obra descreve a idolatria em torno do piloto no Brasil. No entanto, o autor nota a ausência da família do brasileiro em Interlagos, no primeiro GP deste ano.
"Circularam rumores de que continua o mal-estar entre a família e os dois ingleses que dirigem a Fórmula 1, Max Mosley e Bernie Ecclestone", relata Williams.
Ele lembra ainda que Leonardo, irmão de Senna, se opôs à presença de Ecclestone no funeral do piloto, e que faixas na multidão que acompanhou seu cortejo fúnebre pediam "justiça".
"Mas que justiça poderia haver para a morte de um homem que pereceu em busca de uma meta cujo sentido é dado pela presença inevitável do risco mortal?", pergunta o autor.
(AFt)

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