São Paulo, segunda-feira, 24 de abril de 1995
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Brasil vai adotar troca de seringas em 15 cidades

DA REPORTAGEM LOCAL

A experiência de troca de seringas -o usuário de drogas troca a seringa usada por uma descartável em postos especiais- começa este ano no Brasil.
Durante três anos serão realizados 15 projetos de pesquisa com usuários de drogas voluntários. A intenção é testar a eficácia da troca no combate à Aids.
O projeto do Ministério da Saúde precisou de aprovação do Confen (Conselho Federal de Entorpecentes). Novos programas que promovam a troca vão precisar obter a mesma autorização para ser efetuados.
Segundo o artigo 12 da lei federal 6.368 comete crime quem induz, instiga ou auxilia o uso de entorpecentes.
O jurista Domingos Bernardo da Silva Sá, 53, que deu parecer favorável à aprovação, acredita que a troca não induz ao uso de drogas. "A troca se dirige a quem a usaria de qualquer forma."
Segundo Lair, o projeto do Ministério enfatiza a prevenção. Professores e alguns alunos de 1.000 escolas da rede oficial participam de oficinas sobre o tema.
O programa vai tentar descobrir porque os jovens começam a usar drogas e porque compartilham seringas, mesmo sabendo que existe o risco de pegar Aids.
Segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, o uso de drogas injetáveis é a principal razão da contaminação de jovens entre 20 e 24 anos: 22,2% dos que têm Aids se contaminaram dessa forma.
As drogas são a segunda causa de contaminação de jovens de 15 a 19 anos: 5,2% dos casos -15,4% são hemofílicos.

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