São Paulo, segunda-feira, 24 de abril de 1995
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Livraria promove semana Anatol Rosenfeld

DANIEL PIZA
DA REPORTAGEM LOCAL

Evento: Semana Anatol Rosenfeld
Onde: Livraria Belas Artes (av. Paulista, 2.448, tel. 011/231-5764, Cerqueira César, região central)
Quando: de hoje a 1º de maio
Abertura: hoje, às 19h, com o lançamento dos livros "Letras e Leituras" e "Thomas Mann"

O Brasil dos viajantes será lembrado mais uma vez hoje com a "Semana Anatol Rosenfeld", em homenagem ao crítico e professor alemão que fez cabeças em São Paulo nos anos 50 e 60.
O evento começa às 19h, na Livraria Belas Artes, com o lançamento de dois livros de Rosenfeld (1912-1973), "Letras e Leituras" e "Thomas Mann" -que completam a série de sete volumes de ensaios publicada pelas editoras Perspectiva, Edusp e Unicamp.
Hoje também será lançado, pela editora Com-Arte, o livro "Sobre Anatol Rosenfeld", organizado por J. Guinsburg e Plinio Martins Filho, com textos de intelectuais brasileiros sobre a influência múltipla de Rosenfeld.
A "Semana Anatol Rosenfeld", até 1º de maio, traz uma exposição de edições diversas de livros escritos por ele.
Rosenfeld veio da Alemanha em 1937 e morou aqui até o fim de sua vida. Foi crítico literário e teatral, estudioso da cultura brasileira, professor de filosofia e autor de trabalhos sobre estética, política e antropologia.
Três gerações
Sem ser engajado politicamente, foi crítico cultural ativo e marcou três gerações de intelectuais brasileiros -como Antonio Candido, Sábato Magaldi, Décio de Almeida Prado e Roberto Schwarz, para citar alguns dos que o saúdam no livro da Com-Arte.
Suas interpretações das obras de escritores como Graciliano Ramos e Osman Lins (presentes em "Letras e Leituras") e de dramaturgos como Joaquim Andrade e Dias Gomes estão entre as melhores escritas sobre eles.
Também suas análises da obra de Mann (1875-1955), autor de "Morte em Veneza", "Dr. Fausto" e "A Montanha Mágica", foram pioneiras na época (os textos datam de 1943 a 1961).
E conservam até hoje seu sabor provocante porque contestam a visão reducionista -e comum- de Mann como escritor realista, alheio às inovações técnicas que caracterizaram o modernismo.

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