São Paulo, segunda-feira, 24 de abril de 1995 |
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Cidade estréia balé com músicas de Tom
ANA FRANCISCA PONZIO
Pela primeira vez, a música de Tom Jobim inspira uma obra completa para balé. À importância de tal fato, soma-se a recuperação artística do Balé da Cidade, que quase se dissolveu no final do ano passado, quando o elenco foi temporariamente demitido após um protesto por salários atrasados. Este espetáculo atraiu o apoio da iniciativa privada. Em geral órfão de patrocínios, o Balé da Cidade conta não só com a Secretaria Municipal da Cultura, mas também com o suporte financeiro da Companhia Brasileira de Alumínio e da revista "Vogue". "É a maior produção, desde que assumi a direção artística do grupo, no início de 1993", diz Ivonice Satie, que prefere não confirmar os custos de produção, estimados em R$ 155 mil. Condições melhores, no entanto, não livram o grupo das tensões de uma nova produção. Embora o projeto de realizar um espetáculo sobre as músicas de Tom exista desde o ano passado, sobrou pouco tempo para a criação da obra. O português Vasco Wellencamp, responsável pela coreografia, teve só três meses para trabalhar com o elenco e com o maestro Paulo Jobim, filho de Tom e diretor musical do espetáculo. "Mas, acho que consegui cumprir minhas metas iniciais", comenta Wellencamp, ainda sem condições de vislumbrar o resultado da obra. "A tônica da coreografia é puramente poética. A articulação natural das músicas contribui para a fluência coreográfica." Depois de muitas dúvidas perante o imenso repertório de Tom, Paulo Jobim e Wellencamp chegaram a um consenso. Compondo a trilha, há 15 músicas, a maioria clássicos como "Soneto da Separação", "A Felicidade", "Estrada do Sol", "Capitão Bacardi", "Eu Sei que Vou te Amar". Paulo Jobim compôs a vinheta de introdução, especialmente para o espetáculo. Ele próprio vai interpretar ao vivo certas músicas, acompanhado pelo Coral Paulistano e o Duo Diálogos de percussão. Além do elenco do Balé da Cidade, com 25 bailarinos, "De repente..." conta com a participação especial de Ivonice Satie, que dançará um solo ao som de "Modinha" (parceria de Tom e Vinicius de Moraes). "Convidei Ivonice porque ela tem qualidades raras, no que se refere à dramaticidade e estética dos movimentos", diz Wellencamp. A iluminação é de Iacov Hillel e os figurinos de Helena Lozano, também artista da Fundação Gulbenkian de Portugal, onde Wellencamp é coreógrafo-residente. Texto Anterior: Stones são convidados a tocar em Moscou; Phil Collins canta hoje na Argentina; Obra sobre Popper e Peirce tem relançamento; Festival de Acapulco vai ter entrada franca; Jack Nicholson filma com Anjelica Houston Próximo Texto: Murobushi e Kusanagi se apresentam em SP Índice |
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