São Paulo, segunda-feira, 1 de maio de 1995 |
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Quércia derrota Fleury e ataca FHC
EMANUEL NERI
Esse resultado sepulta a pretensão de Fleury de se candidatar à Prefeitura de São Paulo pelo PMDB. Ele poderá abandonar o partido. Quércia Quércia compareceu no início da noite ao diretório de São Paulo e defendeu uma reavaliação do apoio do PMDB ao governo federal. O ex-governador fez pesadas críticas a Fleury: ``Ele ainda teve muito voto. Foi o resultado do uso danado da máquina. O partido não gosta dele". Sobre a acusação de Fleury de que houve ``banditismo" por parte do grupo de seu antecessor, Quércia disse: ``Acho muito interessante. Como piada, acho ótimo". E acrescentou: ``Logo o Fleury vai estar pulando na frente de um carro para aparecer nos jornais". Essa foi a primeira vitória pessoal de Quércia após ter renunciado à presidência do PMDB. Quércia atacou também o presidente Fernando Henrique Cardoso: ``A base do partido é muito afirmativa de que o PMDB tem sofrido desgaste na relação com o governo federal". Quércia disse ainda que o apoio ao governo federal ``tem de ser reavaliado". Para Quércia, o processo de reavaliação do apoio ao governo federal começa com a vitória do ``PMDB legítimo e autêntico" no diretório do PMDB de São Paulo. ``Pessoalmente, tenho muitas restrições ao Fernando Henrique. O Fernando Henrique não gosta do PMDB. É uma coisa de pele", disse Quércia. Ele disse ainda que ``quem não percebe isso (o desprestígio do partido no governo) é porque não entende o PMDB. Vamos reavaliar esse apoio". O novo chefe do PMDB em São Paulo afirmou que o governo de FHC ``não tem personalidade própria". E ironizou: ``É um governo cheio de circunstâncias, cheio de dedos". Sobre o governo de Mário Covas em São Paulo, Quércia fez apenas uma pergunta: ``Ele (Covas) já começou a governar?" Fleury O ex-governador Luiz antonio Fleury filho não compareceu ontem ao diretório do PMDB de São Paulo. A vitória de Fleury na cidade era a única chance que o sucessor de Quércia tinha de ter alguma voz ativa no partido. O PMDB não tem os números. Mas Quércia deve ter o controle da maioria absoluta dos diretórios do PMDB em todo o Estado. Nos últimos dias, Fleury mudou o discurso que tinha em relação a FHC e sua equipe por conta da intervenção federal no Banespa, no último dia de seu mandato\> À época, Fleury chegou a dizer que havia uma orquestração contra São Paulo e chamou a intervenção de um ``golpe covarde". Quando ficou claro que teria de disputar o comando do PMDB com Quércia, Fleury mudou o discurso e passou a defender o apoio do partido a FHC. Futuro À época, Fleury chegou a dizer que havia uma orquestração contra São Paulo e chamou a intervenção de um ``golpe covarde". Quando ficou claro que teria de disputar o comando do PMDB com Quércia, Fleury mudou o discurso e passou a defender o apoio do partido a FHC. Futuro O futuro político do ex-governador é incerto. Fleury diz dispor de pesquisas que indicam que seu nome é ``mais forte" em São Paulo do que o próprio PMDB. Ele apostava sua sobrevivência política na disputa pela Prefeitura de São Paulo, o que é, agora, inviável. quercistas e fleuryzistas admitem que uma composição dos dois grupos é impossível. Fleury deve deixar o PMDB. Texto Anterior: Só uma central defende imposto Próximo Texto: Salário de R$ 8 mil custa R$ 32 mil Índice |
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