São Paulo, segunda-feira, 1 de maio de 1995 |
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Pesquisa desvenda hábitos de consumo no continente
NELSON BLECHER
Ninguém aprecia tanto publicidade que utiliza grifes de clubes ou eventos esportivos como venezuelanos e mexicanos, que também são vulneráveis aos comerciais nos quais as marcas são endossadas por celebridades. São artifícios que, no entanto, parecem não sensibilizar a maioria dos consumidores brasileiros, igualmente os menos propensos a crer em apelos baseados na comparação de produtos. Esses flagrantes fazem parte de uma detalhada investigação sobre a reação à publicidade e hábitos de consumo de consumidores de cinco países conduzida pelo Roper Starch Worldwide, um instituto de pesquisas de opinião pública com sede em Nova York. Foram realizadas duas rodadas de entrevistas com 4.800 pessoas residentes nas 32 maiores cidades do Brasil, Argentina, México e Venezuela. Os resultados foram então confrontados com as informações referentes aos EUA. Emergiu da sondagem, que consumiu um ano de trabalho, um painel com diferenças e coincidências de hábitos entre consumidores norte-americanos e latinos. É bem superior, por exemplo, a proporção de latinos do que de norte-americanos que se guia por preços baixos e lojas perto de casa na hora das compras. Os resultados apareceram na edição de março da publicação especializada ``American Demographics" acompanhados de um recado aos marqueteiros: ``Uma economia regional está emergindo no hemisfério e velhos estereótipos sobre os latino-americanos estão fora de moda." Nesse sentido, algumas curiosidades foram registradas. Consultados sobre os itens de compras e serviços utilizados no mês anterior ao da pesquisa, os norte-americanos formam no maior grupo que se utilizou de cartão de crédito, enviou um fax ou adquiriu roupas. Mas é superior a proporção de latinos que comprou roupa para crianças, fez trabalho em casa, tirou férias ou manuseou um telefone celular -consumo típico de quem habita numa metrópole. Norte-americanos e latinos coincidem, no entanto, quando o assunto é ouvir música ou assistir TV. Nove entre dez lares urbanos da região possuem um aparelho de TV em cores. Além disso, o levantamento mostrou que a TV a cabo cobre metade dos domicílios pesquisados na Argentina e 22% dos mexicanos. Texto Anterior: Uma pergunta insolente Próximo Texto: País favorece lançamento de novas marcas Índice |
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