São Paulo, quarta-feira, 3 de maio de 1995 |
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Mais cargos, mais verbas
NELSON DE SÁ
Mas Pedro Malan não nasceu para o ``corpo a corpo", como diz a Manchete. Ele estava pouco à vontade, até com certa má vontade, na Globo: - Para colocar em termos muito simples: a razão pela qual o governo vem insistindo com as mudanças é permitir a atração do setor privado para realizar uma expansão que é necessidade do país. Mais enfastiado do que ele, na TV, só o líder do governo, Luís Carlos Santos, ao seu lado -com a face cansada, depois da derrota para os quercistas no PMDB de São Paulo. Parecia ameaçada, diante de tanto desânimo nos argumentos e na sua liderança, uma vitória na votação de hoje. Ainda mais que o quercista Michel Temer, líder do PMDB na Câmara, avisou de manhã à Rede Brasil que o partido quer ``examinar suas condições de participação no governo". À tarde, tudo mudou, com ou sem desânimo. O presidente chamou os peemedebistas e deu um argumento definitivo. Na ironia indireta de Alexandre Garcia -referindo-se às verbas para as estradas: - O caminho das reformas está asfaltado. Também no sarcasmo de Mônica Waldvogel, citando o suposto diálogo: - Mas o que quer o PMDB, afinal? - Mais cargos, mais verbas, mais poder. Pois levaram tudo. Porque é dando que se recebe. No rádio Fernando Henrique estreou o seu programa de rádio. Usou ``linguagem simples", segundo a Manchete. Populismo talvez fosse a descrição mais exata. Por exemplo: - O salário mínimo vale cem reais! Mais do que cem dólares. Foi um dos maiores aumentos, em toda a história do Brasil! Quem não gostou nada foi Vicentinho, que reclamou, na Gazeta: ``Nós solicitamos a oportunidade para as posições diferentes." Logo alguém lembrou os programas da CUT. Vicentinho tentou reagir. ``Nós não temos nenhum programa..." Por fim, admitiu: ``Eu tenho um minuto e meio, de manhã, na rádio América. É gracioso." Texto Anterior: FHC decide adiar a reforma ministerial Próximo Texto: Dorothéa usou segurança da PF Índice |
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