São Paulo, quarta-feira, 3 de maio de 1995 |
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Dorothéa usou segurança da PF
LUCAS FIGUEIREDO
A mando do ministro Nelson Jobim (Justiça), um agente da PF acompanhou os passos de Dorothéa durante 24 horas por dia para evitar qualquer tipo de atentado. O esquema foi desmontado na sexta-feira passada, devido à falta de evidências de que a ministra corria perigo. Dorothéa negou ontem que venha recebendo ameaças. ``A medida é preventiva", disse ela, argumentando que sua pasta está ``mexendo em vespeiros". A ministra evitou apontar qual seriam os ``vespeiros". A Folha apurou que a segurança de Dorothéa foi reforçada devido, principalmente, à proposta de mudanças no setor de açúcar e álcool. Além disto, o MICT (Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo) tem se envolvido com questões polêmicas que envolvem grandes grupos econômicos, como o aumento das alíquotas do Imposto de Importação e a intenção de proibir a importação de pneus e outros bens usados. ``É natural que as medidas adotadas pelo ministério não agradem a todos", disse Dorothéa, sem dizer a qual setor se referia. A assessoria da ministra divulgou que o esquema de segurança foi armado a partir do momento que o MICT passou a negociar com ``setores sensíveis". Além de andar acompanhada de um agente da PF, a ministra passou a evitar que sua agenda fosse divulgada. A assessoria do MICT não informou se o segurança da PF acompanhou a ministra durante sua viagem à Europa, entre 12 e 23 de abril. O MICT tem sido pressionado para manter a política implantada no setor sucro-alcooleiro pelo então ministro da Integração Regional do governo Itamar Franco, Aluízio Alves, que beneficiava destilarias autônomas. Texto Anterior: Mais cargos, mais verbas Próximo Texto: Planalto cancelou discurso de Serra Índice |
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