São Paulo, quarta-feira, 3 de maio de 1995 |
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Bandeira diz que fugiu no mesmo avião de PC
SÔNIA MOSSRI
Abatido, com mais cabelos brancos e dez quilos mais magro, Bandeira chegou ao Juizado de San Isidro, na Grande Buenos Aires, para depor com a mão esquerda algemada à de um agente da Interpol (associação de polícias federais). Ele usava terno cinza. Durante o tumulto provocado por cinegrafistas e fotógrafos, o ex-sócio de PC teve um princípio de desmaio. Só não caiu porque foi amparado pelo diretor da Interpol argentina, Angel Molinari. Bandeira chegou ao juizado às 11h50 e saiu às 14h30. Quatro advogados do escritório Daray Ricca, de propriedade de Luiz Felipe Ricca, o mesmo que defendeu PC há mais de um ano, acompanharam o piloto. Ao deixar o juizado, Bandeira estava mais relaxado. Mascava chicletes e tirou a gravata e o paletó. Evitou falar com os jornalistas, mas sorriu quando lhe perguntaram se estava aliviado por voltar ao Brasil. Ricca acompanha pessoalmente o caso Bandeira desde a prisão, no último domingo. Ele estava com Bandeira no momento em que foi detido pela Interpol argentina, no domingo, ao se encontrar com a mulher, Maria de Fátima, e a filha Marina. Elas viajaram para comemorar hoje o aniversário de 44 anos do piloto. Molinari disse que há mais de um ano a Polícia Federal brasileira e a Interpol trabalhavam em investigações que indicavam que Bandeira estaria vivendo em um dos países do Cone Sul -Argentina, Uruguai e Paraguai. O próprio Molinari afirma que Bandeira usava documento brasileiro de identidade, com nome verdadeiro. Não é exigido passaporte para entrar e sair de países do âmbito do Mercosul -Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Bandeira declarou ao juiz que ele e PC desembarcaram no aeroporto de Dom Torcuato, na Grande Buenos Aires. Depois disto, ele que se hospedou num hotel de San Isidro. Logo depois mudou-se para um apartamento na rua Soldado de La Independencia, no Bairro Belgrano. Marquevitch disse à Folha que nenhuma autoridade policial tinha feito até aquela hora uma busca no imóvel em que Bandeira vivia. O pedido de extradição foi entregue às 17h ao ministro das Relações Exteriores da Argentina, Guido di Tella. Nem a mulher e a filha acompanharam o depoimento de Bandeira. O vice-cônsul do Brasil em Buenos Aires, Osvaldo Monteiro, atuou como intérprete do piloto. Texto Anterior: Fleury quer impugnar vitória quercista Próximo Texto: Defesa pede suspensão da pena Índice |
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