São Paulo, quarta-feira, 3 de maio de 1995 |
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Financiamentos pelo BNDES são criticados
MÔNICA IZAGUIRE
Conforme dados obtidos pelos senadores Eduardo Suplicy (PT/SP) e Roberto Requião (PMDB/PR) junto ao Ministério do Planejamento, dos R$ 8,59 bilhões levantados com a privatização, aproximadamente R$ 1,8 bilhão vieram de empréstimos concedidos pelo BNDES aos compradores das estatais. Em pronunciamento ontem no Senado, Suplicy criticou as ``condições excepcionalmente favoráveis" destes financiamentos: prazo total de 12 anos com dois de carência, pagamento de apenas 12% do valor principal da dívida nos primeiros cinco anos, divisão dos 88% restantes em parcelas semestrais, juros reais (acima da inflação) de apenas 6,5% ao ano além da correção monetária. Os financiamentos do BNDES para compra de estatais não são feitos em moeda corrente. O banco vende, em condições facilitadas, títulos de dívida de antigas estatais assumidos pelo Tesouro Nacional, mais conhecidos como ``moedas podres". Estes títulos são aceitos nos leilões de privatização e utilizados pelos compradores na aquisição de ações das estatais. Para Suplicy, a privatização financiada pelo governo é um mau negócio para os cofres públicos. O governo nem recebe moeda corrente nem cancela dívida junto ao setor privado, explica o senador. Questionado sobre o assunto na semana passada, no Congresso, ministro José Serra (Planejamento) defendeu o modelo existente. Texto Anterior: Rádios resistem a 'Palavra do Presidente' Próximo Texto: Funcionários mortos ganham licença-prêmio Índice |
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