São Paulo, quarta-feira, 3 de maio de 1995 |
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D. Aloísio critica exclusão social
FERNANDO MOLICA
A igreja chama ``exclusão social" o processo de sofisticação do mercado e da economia, que não absorve a mão-de-obra menos especializada, e a ausência de uma política governamental para minorar a pobreza. Ele criticou a ``pouca ênfase" do governo na execução de um programa agrário. O relatório foi lido durante a assembléia do Celam (Conselho Episcopal Latino-Americano), entidade que reúne 22 associações nacionais e regionais de bispos. D. Aloísio é o delegado brasileiro na reunião, que está sendo realizada desde segunda-feira em Cuautitlan-Izcalli, nas proximidades da cidade do México. D. Aloísio afirmou que o processo de globalização da economia brasileira ``coloca em crise conceitos tradicionais como nação, autonomia e democracia. A chamada globalização da economia, condenada pelo bispo, designa a união dos mercados internacionais para venda e produção de mercadorias, com a progressiva eliminação de tarifas ou qualquer restrição à circulação de bens e serviços entre os países. Em seu relatório, d. Aloísio disse que, nos últimos dois anos, cresceram a fome, a miséria e o desemprego no Brasil. D. Aloísio disse ontem à Folha, por telefone, que suas preocupações são semelhantes às reveladas pelos demais bispos. Disse que a globalização, em alguns casos, piorou a situação social da América Latina. Hoje, os 65 bispos que participam da assembléia iniciam a escolha da nova diretoria do Celam. Os principais candidatos à presidência são d. Luciano Mendes de Almeida, arcebispo de Mariana (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e d. Oscar Rodríguez Maradiaga, bispo de Tegucigalpa (Honduras). Texto Anterior: Monopólio do gás pode começar a acabar hoje Próximo Texto: Palavra e palavras Índice |
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