São Paulo, quarta-feira, 3 de maio de 1995 |
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FHC dará mais recursos a órgãos dirigidos pelo PMDB
MARTA SALOMON
O partido, que detém a maior bancada no Congresso, ameaçava votar contra as reformas constitucionais propostas pelo governo. O Ministério dos Transportes, ocupado pelo peemedebista Odacir Klein (RS), vai receber por mês uma verba extra de aproximadamente R$ 50 milhões. Isso representa exatamente o dobro da verba orçamentária do ministério em todo o primeiro trimestre do ano. FHC prometeu aos líderes do PMDB na Câmara, Michel Temer (SP), e no Senado, Jáder Barbalho (PA), o repasse ao ministério do Imposto sobre Importação pago pela Petrobrás na compra de combustível no exterior. O dinheiro só poderá ser usado na conservação e recuperação de rodovias. Através de sua assessoria, FHC afirmou que os ministros do PMDB ``são e serão mais prestigiados". ``O PMDB cooperou e teve papel importante na aprovação da admissibilidade das emendas", disse ontem o porta-voz da Presidência, Sérgio Amaral. Após citar os ministros Odacir Klein, Nelson Jobim e Cícero Lucena, Amaral reiterou que o partido ``tem grande importância na base de apoio do governo". ``No instante em que o presidente jogou verba no ministério, houve um prestigiamento (sic) do partido", comemorou Temer. O aumento das verbas foi uma alternativa à realização de reforma ministerial imediata, que garantisse mais espaço ao PMDB na Esplanada dos Ministérios. ``Agora eu estou satisfeito: ficou claro o interesse do presidente em ter o maior partido do Congresso na base de sustentação parlamentar", disse Barbalho. Na mesma reunião realizada no Planalto, FHC anunciou que pretende prestigiar a Secretaria de Políticas Regionais e seu titular Cícero Lucena, que reclama da falta de verbas e de poder. Os líderes defenderam a transformação da secretaria em ministério. Queriam recriar o Ministério do Interior, extinto há cinco anos. Mas ficaram satisfeitos com o anúncio de FHC de que a secretaria teria mais recursos, assim que Lucena encaminhasse um plano completo de ação da área. FHC também prometeu intervir nas disputas regionais por cargos. ``São medidas que significam uma prática operacional e não uma mera intenção do governo", avalia Temer. ``Essas medidas começam a satisfazer o PMDB", disse. Cinco dias depois da ameaça de votar contra o governo na apreciação da reforma da Previdência, na CCJ, os líderes do PMDB praticamente garantiram o apoio do partido ao governo federal. Temer e Barbalho informaram que poderão até mesmo suspender a reunião do partido que iria reavaliar o apoio a FHC. ``Vamos ver como as coisas evoluem e se a reunião será mesmo necessária", afirmou Temer. ``Por enquanto, há um apoio oficial ao governo e as tensões estão se amenizando", completou. Texto Anterior: Palavra e palavras Próximo Texto: Ministro diz que foi "mal-interpretado" Índice |
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