São Paulo, quarta-feira, 3 de maio de 1995
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BC avalia 55 bancos de pequeno porte

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No próximo dia 20, o BC (Banco Central) começa a examinar o futuro de pelo menos 55 bancos de pequeno porte -que não estão atendendo às novas exigências de capital mínimo para funcionamento, em vigor desde ontem.
Neste dia estará encerrado o prazo para que todos esses bancos enviem ao Banco Central seus balancetes relativos ao mês de abril.
Quem não cumprir a exigência de capital mínimo de R$ 7,9 milhões poderá ter suas portas fechadas.
As novas regras são resultado do Acordo da Basiléia, uma convenção internacional sobre o sistema financeiro realizada em 1988 na Suíça. O Brasil é signatário do acordo, que buscou dar maior solidez aos bancos.
Segundo a Folha apurou, o único banco de grande porte ameaçado pelas novas regras é o Banespa.
Dependendo do balanço dos interventores do Banco Central no banco, o Banespa pode ter seu patrimônio considerado negativo -e precisaria de injeção de capital para se enquadrar nas regras da Basiléia.
Ainda assim, não há risco de liquidação para o Banespa. O presidente do BC, Pérsio Arida, já anunciou que nenhum dos bancos estaduais sob intervenção do BC será liquidado.
O governo negociará com os governadores a capitalização dos bancos.
Os demais bancos públicos -caso do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e das instituições estaduais- estão em dia com as novas regras do BC.
Para o mercado financeiro, porém, o número de bancos de pequeno porte ameaçados pelo acordo é maior que o anunciado pelo diretor de Normas do BC, Cláudio Mauch.
``Há mais de 60 bancos fora das regras de capital mínimo", avalia Alberto Matias, especialista em balanços de instituições financeiras da consultoria Austin & Asis.
Para esses bancos, há três alternativas para escapar da liquidação pelo Banco Central: fundir-se com outras instituições, transformar-se em corretora de valores (o capital mínimo exigido é menor) ou apresentar um plano de capitalização ao BC.
Segundo a previsão do BC, a maioria dos bancos deverá optar pela terceira alternativa. Há, entretanto, 22 bancos que não deverão ter condição de ter seus planos de capitalização aprovados, por precisarem de mais de R$ 4,5 milhões para atender às exigências.

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