São Paulo, quarta-feira, 3 de maio de 1995
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Palmeiras, não entre em pânico... ainda

ALBERTO HELENA JR.
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Pelo sim, pelo não, o Palmeiras entra esta tarde com força total para pegar o Bolívar. Até Edmundo entra nessa. Não é para menos; afinal, o Palmeiras já está até esquecendo como se celebra uma vitória.
Mas não há motivo para pânico, ainda. O elenco continua sendo ótimo, embora haja vaga para um goleador do tipo Evair, o que, convenhamos, não é pouco, nem fácil de achar.
Mesmo assim, com Edmundo ao lado de Rivaldo, o Palmeiras vinha contornando esse problema, antes de cair na fase atual, coincidentemente ou não, no período em que sua maior estrela foi posta para fora do campo.
Logo, é de se esperar que, Edmundo jogando hoje, aumente o poder de fogo palestrino. Além do mais, o Bolívar, já não é essas coisas no topo da montanha; imagine, aqui embaixo. Lá, o Palmeiras foi melhor, apesar da derrota. Aqui, não pode deixar de ser duas vezes melhor. A não ser que sucumba à ansiedade de meter uma goleada e seja surpreendido com um desses solitários contragolpes que acabam ferindo de morte um campeão.
Independentemente disso, já passou da hora de o Palmeiras olhar com mais carinho para suas divisões de baixo. Por exemplo: há quanto tempo Magrão é a única esperança de gols no Parque Antarctica? Basta o pessoal do Palestra espiar por cima do muro do seu CT, na Barra Funda, para ver como no inimigo mortal fertilizam-se craques em todas as posições, incluindo goleadores, como Chulapa, num passado recente, e Caio e Dodô, atualmente.
O campo é o mesmo, dividido apenas por um muro, e o adubo é convencional. Será a mão santa de quem planta?

Há hora pra tudo, até a hora para entrar na história. Esta eu perdi, quando, há tempos, me bateu a vontade de falar sobre o Fluminense. O Flu andava na maior draga, ameaçado até de ficar de fora da disputa do título. Pois o que a TV me mostrava era um time com potencial para superar o badaladíssimo Flamengo, de Romário, e o impecável Botafogo, de Túlio, sem falar do inconstante Vasco, de Clóvis. Tem um excelente goleiro, esse menino Wellerson; um lateral-esquerdo de seleção, o Lira, tem Djair, um elegante e inteligente armador. E, lá na frente, dois matadores: Renato Gaúcho e Ézio. Mais que isso: até nas derrotas, parecia ser melhor do que os adversários.
Não sei o que mudou nas Laranjeiras. O fato é que o tricolor, depois dos 4 a 3 sobre o Flamengo, domingo, num dos mais emocionantes espetáculos do futebol brasileiro dos últimos tempos, mostrou suas credenciais.
Agora, é só esperar a história escrever o último capítulo dessa novela carioca.

No último Roda Viva, um show de elegância, competência e bom humor do nosso maior campeão das pistas: Emerson Fittipaldi. Digo maior, sem entender de automobilismo. Mas não é preciso ser um técnico para saber que ele só não foi, sei lá, pentacampeão porque preferiu sonhar o sonho impossível do Copersucar.

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