São Paulo, quarta-feira, 3 de maio de 1995
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EUA prendem mais 2 suspeitos do atentado

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Erramos: 04/05/95
Diferentemente do que informou subtítulo da pág. 2-13 da edição de ontem de Mundo, o nome do indiciado pelo atentado de Oklahoma City é Timothy (e não Terry) McVeigh.
EUA prendem mais 2 suspeitos do atentado
A polícia federal dos EUA (FBI) prendeu ontem dois homens que podem estar envolvidos no atentado de 19 de abril em Oklahoma City.
A secretária da Justiça, Janet Reno, negou-se a comentar a possibilidade de um desses homens ser o segundo principal suspeito pela explosão da bomba que destruiu o edifício público federal.
Gary Allen Land e Robert Jacks não resistiram quando agentes do FBI os cercaram no Kel Lake, motel de beira de estrada em Carthage, Missouri, 96 km a nordeste de Oklahoma City (região centro-sul ocidental dos EUA).
Land, 35, é parecido com o retrato falado do suspeito conhecido como John Doe 2 (Fulano de Tal 2), que alugou com Timothy McVeigh o veículo onde foram colocados os explosivos usados na ação terrorista.
Por enquanto, só McVeigh foi acusado. Os irmãos James e Terry Nichols foram indiciados por conspiração para fabricar explosivos com McVeigh e outros.
Land e Jacks estavam sendo procurados pelo FBI porque desde o ano passado têm passado na mesma época por locais onde McVeigh esteve.
Em Kingman, Arizona (região das montanhas), onde McVeigh fez experiências com explosivos numa pequena fazenda de sua propriedade, Land e Jacks viveram durante cinco meses em hotel próximo do que hospedou McVeigh.
No dia do atentado eles estavam hospedados em Perry, 96 km ao norte de Oklahoma City. McVeigh foi preso em Perry cerca de duas horas depois da explosão por estar dirigindo um carro sem placas.
Segundo Reno, Land e Jacks estão colaborando com o FBI e até o final da tarde nenhuma acusação havia sido feita contra eles.
Em Kingman, o FBI vistoriou a casa de propriedade de Michael Fortier, um dos melhores amigos de McVeigh. Fortier também não foi acusado de nada.
A mãe de Fortier divulgou protesto contra o FBI. Ela disse que seu filho está sendo vítima de "difamação da polícia e dos meios de comunicação e que o caso está destruindo a saúde de seu marido.
Em Herington, Kansas (região centro-norte ocidental), a polícia afirma ter encontrado na casa de Terry Nichols o recibo da compra de uma tonelada de nitrato de amônio, um dos elementos explosivos usados do atentado.
Segundo um agente, as impressões digitais de McVeigh foram encontradas no recibo. Essa pode ser a primeira evidência vinculando Nichols ao atentado.
Em Oklahoma City, a contagem de corpos no edifício público federal chegou a 140, 15 deles de crianças. Há ainda 40 pessoas desaparecidas. O Corpo de Bombeiros reconheceu que alguns corpos poderão nunca ser achados.
O governo de Oklahoma ainda estuda com o governo federal o que fazer no local do edifício destruído. Há sugestões de transformar o lugar num memorial, de se erigir ali uma estátua e de se reconstruir o prédio.
Diversos grupos paramilitares conhecidos como milícias estaduais, ligados de maneira indireta ao atentado de Oklahoma, estão pagando o preço de sua associação com as idéias de McVeigh.
A Milícia de Michigan, à qual os irmãos Nichols pertenceram, acusou o Japão pelo atentado de Oklahoma. Seus dois principais dirigentes se demitiram depois de ter feito essas declarações.
A frequência às reuniões da Milícia de Michigan e de outros Estados reduziu-se a menos da metade nas últimas duas semanas e várias delas foram desativadas por sugestão de seus próprios membros.

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