São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 1995
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Estilo de ACM gera reação no Senado

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) está colecionando inimigos no Senado. Ele já discutiu com vários colegas em plenário e em reuniões fechadas e seu estilo está sendo definido como ``imperial" e agressivo.
O senador baiano já discutiu em público com Marina Silva (PT-AC), Levy Dias (PPR-MT), Humberto Lucena (PMDB-PB), Pedro Simon (PMDB-RS) e Roberto Freire (PPS-PE).
Na terça-feira passada, ele discutiu com uma professora universitária. Segundo ACM, ela o teria xingado da galeria do Senado. Quando o senador encontrou a mulher no corredor, agarrou seu braço e bateu boca com ela.
Marina Silva foi uma de suas primeiras ``vítimas". Em uma sessão, ela recebia informações de assessores sobre as matérias votadas, quando ACM, irritado, pediu que o presidente, José Sarney (PMDB-AP), proibisse a permanência de assessores em plenário. Irônico, ele sugeriu que ``alguns senadores" deveriam ser substituídos por assessores, já que eram mais bem preparados.
Com Lucena, a briga foi após uma reunião da Comissão de Relações Exteriores. Ele discutiam a situação do Grupo Brasileiro do Parlamento Amazônico, entidade que funciona no Senado.
Lucena sugeriu que a presidente do Parlamento, deputada Zila Bezerra (PMDB-AC), fosse ouvida. ACM não concordou. Mas, após a reunião, ficou sabendo que Zila estava presente e foi tirar satisfação de Lucena, chamando-o de ``leviano" por ter tentado jogá-lo contra a deputada.
``Me respeite", disse Lucena. ``Não me desafie, que eu salvei o seu mandato", afirmou ACM.
ACM também acusou Roberto Freire de ser incoerência e chamou Levy Dias de ``leviano".
``Não estou aqui para agradar ninguém", disse ACM à Folha. Ele afirmou que está no Senado para ``consertar o que está errado na Casa e no país" e vai continuar criticando e reclamando de tudo o que considerar ``errado".
O senador disse que o Senado não é uma ``ação entre amigos" e que está lá para ``agradar o povo brasileiro" e não os colegas.
O ex-presidente Itamar Franco preferiu não se pronunciar pessoalmente contra os ataques de Antônio Carlos Magalhães.
Itamar, porém, pediu que o senador Pedro Simon (PMDB-RS), ex-líder de seu governo no Senado, rebatesse as acusações.

Colaborou a Agência Folha, em Juiz de Fora

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