São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 1995 |
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Menem propõe lei de imprensa mais rigorosa
DE BUENOS AIRES O presidente Carlos Menem esperou apenas a reeleição para retomar projeto de lei de imprensa com penalidades mais severas do que as que estavam em vigor durante a ditadura militar.Nos últimos três dias, reclamou da oposição da imprensa e dos correspondentes estrangeiros. O ministro do Interior, Carlos Corach, disse ontem que o governo não desistiu do projeto. A idéia é incluí-lo na revisão do Código Penal. A partir de dezembro, Menem terá maioria absoluta na Câmara e no Senado. Um dos pontos mais polêmicos do projeto do governo é fixar pena de até cinco anos para crimes de calúnia (atribuir falsamente a alguém fato definido como crime), difamação (imputar a alguém fato ofensivo à sua reputação) e injúria (ofender a dignidade ou o decoro de alguém). A Secretaria de Meios e Comunicação da Casa Rosada, sede do governo argentino, diz que os correspondentes estrangeiros têm preconceito contra o governo Menem. A Casa Rosada cancelou mais de 20 entrevistas do presidente com jornalistas estrangeiros ao longo do mês de maio. Logo depois da eleição, ele concedeu entrevista à emissora de TV norte-americana CNN. Após a gravação, pediu que a entrevista não fosse exibida, por considerar que o teor das perguntas era excessivamente crítico. Menem se irritou com perguntas relativas aos 70 casos de corrupção ocorridos no seu governo e sobre a ineficiência das investigações do atentado à entidade judaica Amia (Associação Mutual Israelita Argentina), ocorrido no ano passado em Buenos Aires. Texto Anterior: Grupo quer 'CPI' de desaparecidos Próximo Texto: Governo aumenta tarifas Índice |
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