São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 1995 |
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Guerra à inflação e ao terror decide eleição
CLAUDIO GARON
Em cinco anos, Fujimori derrotou nas urnas os dois peruanos mais famosos fora do país: o escritor Mario Vargas Llosa e o diplomata Javier Pérez de Cuellar, ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesse período o Peru também travou uma guerra de fronteira, ainda mal-explicada, com o Equador. Os dois países disputam a soberania sobre a cordilheira do Condor, na região andina. Ao assumir a Presidência, Fujimori encontrou um país com inflação de 7.650% ao ano e o PIB (Produto Interno Bruto) caindo. Em 1992, guerrilheiros do Sendero Luminoso explodiam bombas em Lima. Em abril desse ano, um golpe de Estado deu a Fujimori plenos poderes. O presidente mandou o Exército fechar o Congresso e demitiu os juízes. Fujimori argumentou que precisava dos poderes para consertar a economia e combater o terrorismo. O programa de estabilização baixou a inflação para apenas um dígito e as reformas na economia atraíram investimentos externos. A receita peruana é semelhante à da maior parte da América Latina: liberalização e privatização. Mas as reformas não conseguiram eliminar a pobreza crônica. Segundo o Instituto Cuanto, 50% dos peruanos vivem abaixo da linha da pobreza. Desde a fundação do grupo maoísta Sendero Luminoso, pelo menos 30 mil pessoas morreram nas ações dos rebeldes e da repressão militar. Fundado pelo professor Abimael Guzmán, o grupo chegou a ter entre 5.000 e 10 mil combatentes. O primeiro golpe contra o grupo foi dado em 1992, com a prisão de Guzmán. Menos de um ano depois, Fujimori apresentou cartas que teriam sido enviadas por Guzmán nas quais pede aos senderistas que deixem a luta. Centenas se entregaram em troca de redução de pena. Texto Anterior: País é o maior fornecedor de folhas de coca Próximo Texto: Cuzco é a porta de entrada do império Índice |
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