São Paulo, sábado, 20 de maio de 1995
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Bancos limitam concessão de crédito

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O dia ontem continuou tenso nos departamentos de crédito dos bancos por causa da concordata da Casa Centro. Os dirigentes de bancos decidiram ampliar ainda mais as exigências para a concessão de crédito. Outros bancos começaram a restringir o volume de recursos destinados a determinados setores da economia, como o comercial.
A expectativa é de uma redução nas vendas a prazo das lojas, por conta também dos juros altos.
Nas Bolsas de Valores, o dia ontem foi de baixa. O índice da Bolsa paulista caiu 1,45% e o indicador Senn (Rio) acompanhou com recuo de 1,5%.
A continuidade na greve dos petroleiros e os juros altos provocaram desinteresse de compra de ações por parte dos investidores.
O volume de negócios na Bolsa paulista caiu de R$ 253,48 milhões no dia anterior para R$ 239,86 milhões ontem.
No mercado de renda fixa, o dia foi de alta nas taxas de juros. Os juros dos CDBs (Certificados de Depósito Bancário) ficaram em média a 53,90% ao ano, contra uma taxa equivalente para 31 dias de 52,46% no dia anterior.
O mercado apostava desde o início do mês em queda nos juros. A inversão no comportamento dos juros -que voltaram a subir- ocorreu por causa das declarações do ministro Malan de que as taxas não irão cair agora.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, houve vencimento do mercado de opções de ouro e o volume chegou a 57,35 toneladas, contra 72,88 toneladas no vencimento do mês anterior.
No mercado cambial, segundo dados da Anecc, associação que reúne empresas de câmbio, as entradas menos as saídas de dinheiro externo este mês até o último dia 18 (de US$ 1,2 bilhão) é recorde desde julho de 1994.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,152%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 5,67% para 30 dias úteis, projetando rendimento de 4,25% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 5,70% ao mês, com rendimento de 4,28% no mês.
As cadernetas que vencem hoje rendem 3,8658%. CDBs prefixados de 31 dias negociados ontem: entre 32% e 54,3% ao ano. CDBs pós-fixados de 123 dias: entre 13% e 14% ao ano mais TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia (``hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,97% ao mês, projetando rentabilidade de 5,25% no mês. Para 31 dias (capital de giro): entre 67% e 125% ao ano.

No exterior
Prime rate: 9% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 1,45%, fechando com 39.500 pontos e volume financeiro de R$ 239,86 milhões. Rio: queda de 1,5%, encerrando a 18.661 pontos e movimentando R$ 15,37 milhões.

Bolsas no exterior
Em Nova York, o índice Dow Jones fechou com 4.341,33 pontos. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.484,70 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 16.140,85 pontos ontem.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,888 (compra) e R$ 0,889 (venda). Segundo o Banco Central, no dia anterior, o dólar comercial foi negociado, em média, por R$ 0,888 (compra) e por R$ 0,890 (venda). ``Black": R$ 0,870 (compra) e R$ 0,880 (venda). ``Black" cabo: R$ 0,880 (compra) e R$ 0,885 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,870 (compra) e R$ 0,905 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: estável, fechando a R$ 10,95 o grama na BM&F.

Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) acumulado no mês até 18 de maio foi positivo em US$ 932,56 milhões. As entradas financeiras superaram as saídas de dólares em US$ 298,66 milhões. O saldo total está positivo em US$ 1,231 bilhão.

No exterior
Segundo a ``UPI", em Londres, a libra foi cotada a 1,5635 dólar. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,4403 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 86,80 ienes. Em Nova York, a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 382,60.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para maio fechou a 4,26% no mês e para junho a 3,91% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para junho ficou a 39.900 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para maio fechou a R$ 0,899 e a R$ 0,919 para junho.

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