São Paulo, sábado, 27 de maio de 1995
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BC pode retomar leilões de compra

ALBERTO FERNANDES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Mesmo com a alta do dólar nos últimos dias da semana passada, o BC (Banco Central) vai continuar comprando dólares para sustentar a cotação, através do BB (Banco do Brasil), e poderá aumentar o volume de compras já nos próximos dias, voltando a agir por meio de leilões.
A cotação fechou em R$ 0,895 na sexta-feira, contra R$ 0,891 na quinta e R$ 0,888 na quarta.
Na semana passada, o BC comprou, por meio do BB, pelo menos US$ 500 milhões, segundo estima o mercado, o que já somaria cerca de US$ 1,5 bilhão no mês.
O governo está comprando dólares porque, na prática, já reajustou o piso de variação da moeda, que oficialmente ainda é de R$ 0,880. As compras do BC, no entanto, não permitem que a cotação caia abaixo de R$ 0,888.
Sem as intervenções do BC durante todo o mês, o valor do dólar poderia ter atingido R$ 0,880 ou um valor próximo. Isso porque os investidores estrangeiros trouxeram para o país US$ 1,86 bilhão nos primeiros 25 dias de maio, por meio do mercado de câmbio.
Esse mercado é o de compra e venda de dólares direcionados ao comércio externo e aplicações financeiras. Quando a entrada de dólares é grande, o preço da moeda estrangeira tende a cair.
Uma cotação de dólar muito baixa prejudica os exportadores e a indústria nacional, pois torna os7 produtos importados mais baratos que os nacionais.
O BC pretende voltar a comprar dólares diretamente dos bancos provavelmente no final da próxima semana. Antes, serão modificadas algumas regras dos leilões de câmbio, para tentar diminuir as especulações do mercado. As mudanças ainda estão sob sigilo.
O piso do dólar faz parte da chamada banda cambial (limites mínimo e máximo de preço da moeda), que hoje é de R$ 0,88 a R$ 0,93. Os rumores de que o saldo do comércio exterior (exportações menos importações) teria sido negativo em US$ 800 milhões colaboraram para a subida da moeda norte-americana ontem.

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