São Paulo, sexta-feira, 2 de junho de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Covas resiste a Serra assumir economia
CARLOS MAGNO DE NARDI
A Folha apurou que Covas quer criar empecilhos para o futuro do ministro no governo por se sentir traído por Serra em vários momentos de sua trajetória política. Ambos têm divergências desde o período em que Covas ocupou a Prefeitura de São Paulo. A ``mágoa" do atual governador, como afirmam alguns dos seus assessores, foi acentuada pela postura de Serra ainda na campanha eleitoral de 1990, quando Covas disputou o governo do Estado pelo PSDB. A eleição acabou com a vitória de Luiz Antônio Fleury Filho (PMDB) sobre Paulo Maluf (hoje no PPR) no segundo turno. A equipe do atual governador diz que Serra não se envolveu diretamente e até atrapalhou a campanha eleitoral de Covas. No ano passado, ambos teriam voltado a se aproximar durante a campanha presidencial para não prejudicar a candidatura de FHC. A atuação de Covas contra Serra vai se restringir aos bastidores do PSDB e do governo federal. Em público, o governador se esforça em demonstrar sintonia com a equipe econômica. Diz, com ironia, que sua relação com Serra é marcada por ``um passado de amores". ``Não há divergências. O Real tem que ser preservado", disse ele ontem em entrevista à Folha. Covas não poupa críticas à política de juros adotada pelo governo. ``Chegamos a uma situação insustentável. Como o Fernando, eu sou contra essa taxa de juros porque ela é prejudicial a todos. Vai chegar um momento que todos nós teremos que achar uma solução conjunta". Sobre seu relacionamento com o ministro da Fazenda, Pedro Malan, Covas diz que desde o início do governo teve apenas uma ``diferença de idéias". Ele se refere à demora do ministro em abrir uma exceção para que São Paulo recebesse um empréstimo japonês de US$ 450 milhões para obras no rio Tietê. ``Assim como fez no governo passado ele poderia ter aberto essa exceção". Malan se negava a dar o aval ao empréstimo porque São Paulo aparecia no Cadin (Cadastro de Inadimplentes da União). Texto Anterior: 'Arida é íntegro', diz Delfim Próximo Texto: Fiesp espera queda dos juros Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |