São Paulo, sexta-feira, 2 de junho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Malan pede a consumidor que poupe

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Pedro Malan (Fazenda) pediu ontem aos consumidores que adiem suas compras a prazo e poupem. ``Eu queria fazer um apelo a cada um de vocês. Em lugar de comprar no crediário e se endividar, você deve tirar proveito das taxas de juros e aplicar seu dinheiro na poupança", afirmou.
O apelo de Malan foi feito durante pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, ao fazer um balanço dos 11 meses de Plano Real.
``Em junho do ano passado, a inflação beirava os 50% ao mês. Agora, quase 12 meses depois, está em torno de 2%. Esta é uma conquista de toda sociedade", disse.
A estabilização econômica, segundo ele, exige ``tempo e determinação". Por isso, ``o governo tem a responsabilidade de zelar pela estabilidade e, às vezes, é obrigado a tomar temporariamente medidas mais drátiscas", disse.
Como exemplo, citou a elevação das taxas de juros e do Imposto de Importação.
``São medidas impopulares, mas necessárias para que o real mantenha o poder de moeda forte", afirmou. Malan disse que o governo teve de elevar as taxas de juros em março porque a crise cambial no México provocou a fuga de capital externo do Brasil e isso ameaçava o plano de estabilização.
Malan disse que isso não significa que os juros permanecerão altos. Segundo ele, as taxas já começam a baixa e devem cair ainda mais quando o governo tiver sinais firmes de queda do consumo, do ajuste nas contas externas e dos avanços na reforma da Constituição.
A velocidade de crescimento da economia pode e deve cair, disse ele. ``Mas isto não deve ser confundido com recessão",afirmou. Segundo ele, quando o governo fala em reduzir o consumo não está querendo atrapalhar a vida das pessoas.
``Estamos pedindo um tempo para que as fábricas possam atender a procura", disse.
Malan garantiu ainda que não haverá mudanças na caderneta de poupança. ``Quero dar minha garantia de que nada será feito para prejudicar a poupança. Desde o início, o Plano Real caracterizou-se pela manutenção das regras dos contratos, sem confisco ou congelamentos. É nesta mesma linha que seguiremos".

Texto Anterior: Ruralistas têm apoio para renegociar dívida
Próximo Texto: Privatização da Vale só com autorização do Legislativo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.