São Paulo, sexta-feira, 2 de junho de 1995
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FHC ordena demissão em massa a partir de hoje

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo não admite negociar a readmissão dos líderes sindicais demitidos pela Petrobrás desde o início da greve dos petroleiros. A punição dos líderes grevistas é considerada simbólica pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.
O Palácio do Planalto decidiu que as demissões em massa de petroleiros vão acontecer a partir de hoje. O presidente Fernando Henrique Cardoso determinou ontem ao ministro Raimundo Brito (Minas e Energia) que fosse dada, até hoje cedo, uma última chance de retorno dos petroleiros em greve.
A expectativa do governo é de que um maior número de petroleiros já esteja trabalhando hoje. Assim será menor o número de demissões a serem efetuadas.
A Petrobrás está autorizada a negociar o desconto parcelado dos dias parados.
Além das novas demissões, a orientação do Palácio do Planalto para a eventualidade de a greve continuar prevê a pronta reação da Polícia Federal em caso de ataque às instalações das refinarias.
Até ontem à tarde, o Planalto contabilizava que cerca de 3.000 petroleiros havia retornado ao trabalho desde quarta-feira. A contabilidade oficial apontava para o retorno de outros 3.000 até hoje.
Assim, sobrariam pouco mais de 3.000 petroleiros para serem demitidos. Eles seriam demitidos por justa causa por faltarem mais de 30 dias ao trabalho.
A possível readmissão de parte desses trabalhadores seria um dos trunfos para a negociação que a Petrobrás deve iniciar, tão logo seja encerrada a greve. A Petrobrás sabe que parte deles é altamente especializada e, portanto, imprescindível.
A Folha apurou que a Petrobrás vai negociar o retorno de alguns dos demitidos, mas isso só será feito com novas lideranças tiradas das bases. Os líderes da greve -no caso, integrantes da FUP (Federação Única dos Petroleiros)- ficarão de fora desta negociação.

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