São Paulo, sábado, 10 de junho de 1995
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Bolsa paulista cai 9,7% em quatro dias

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro operou ontem nervoso por conta dos boatos de queda do ministro da Economia da Argentina, Domingo Cavallo. A Bolsa paulista fechou em baixa de 3,9%, e a carioca caiu 3,4%.
O dólar comercial chegou a ser vendido a R$ 0,923, valor próximo do teto estabelecido pelo Banco Central, que é de R$ 0,930.
No fechamento dos negócios, o dólar comercial estava sendo negociado a R$ 0,913, para compra, e R$ 0,914, para venda.
Outro boato que surgiu no mercado foi o de que o ministro José Serra (Planejamento) teria pedido demissão. Ainda pela manhã, Serra negou que isso tivesse ocorrido.
Ontem, também surgiram boatos no mercado financeiro de que a Venezuela teria ficado inadimplente -deixado de honrar compromissos- em operações internacionais.
Com isso, o pessimismo chegou ao mercado secundário de títulos da dívida externa brasileira. O C-bond -um dos títulos brasileiros negociados no exterior- caiu 5,94%.
A entrada de dólares no país supera as saídas em US$ 633 milhões no mês, o que representa média diária de US$ 105,5 milhões de saldo positivo.
O saldo projetado para junho é de US$ 2,2 bilhões. Em maio, o saldo ficou em US$ 2,4 bilhões.
O juro médio pago pelos CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) para grandes aplicações ficou em 54,4% ao ano, com rendimento bruto de 3,81% ao mês.
O Índice Bovespa negociado na BM&F (Bolsa Mercantil & Futuros) com vencimento para quarta-feira fechou em 36.300.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,144%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 5,65% para dias úteis, projetando rendimento de 4,03% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 5,68% ao mês, com rendimento de 4,05% no mês.
As cadernetas que vencem hoje rendem 3,9081%. CDBs prefixados de 31 dias negociados ontem: entre 32% e 54,7% ao ano. CDBs pós-fixados de 122 dias: entre 12,7% e 12,9% ao ano mais TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia (``hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,73% ao mês, projetando rentabilidade de 4,80% no mês. Para 32 dias (capital de giro): entre 63% e 120% ao ano.
No exterior
Prime rate: 9% ao ano. Libor: 5,94% ao ano

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 3,87%, fechando com 36.706 pontos e volume financeiro de R$ 261,7 milhões. Rio: baixa de 3,4%, encerrando a 17.108 pontos e movimentando R$ 16,2 milhões.
Bolsas no exterior
Em Nova York, o índice Dow Jones fechou a 4.423,97 pontos. Em Londres, o índice Financial Times fechou com 2.514,10 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 15.044,18 pontos ontem.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,913 (compra) e R$ 0,914 (venda). Segundo o Banco Central, no dia anterior, o dólar comercial foi negociado, em média, por R$ 0,910 (compra) e por R$ 0,912 (venda). ``Black": R$ 0,895 (compra) e R$ 0,905 (venda). ``Black" cabo: R$ 0,910 (compra) e R$ 0,915 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,875 (compra) e R$ 0,910 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 1,16%, fechando a R$ 11,38 o grama na BM&F.
Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) acumulado no mês até 8 de junho foi positivo em US$ 357,0 milhões. As entradas financeiras superaram as saídas de dólares em US$ 275,2 milhões. O saldo total está positivo em US$ 632,2 milhões.
No exterior
Segundo a ``UPI", em Londres, a libra foi cotada a 1,5950 dólar. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,4043 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 84,68 ienes. Em Nova York, a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 388,7.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para junho fechou a 4,05% no mês e para julho a 3,93% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para junho ficou a 36.300 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para junho fechou a R$ 0,933 e a R$ 0,956 para julho.

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