São Paulo, sábado, 10 de junho de 1995 |
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Cotas provocam atrito entre ministros
GILBERTO DIMENSTEIN; LUCAS FIGUEIREDO
Malan está fazendo várias restrições à MP e ameaçou não assiná-la caso não houvesse modificações no texto. Já Serra defende a edição imediata da medida. FHC decidiu intervir na disputa e convocou ontem os dois ministros para uma reunião no Palácio do Planalto, às 15h. FHC estava preocupado principalmente com os boatos de demissão de Serra. A reunião terminou às 19h30, sem que nada tivesse sido decidido. Além de Malan e Serra, participaram Dorothéa Werneck (Indústria, Comércio e Turismo), Clóvis Carvalho (Casa Civil) e o subsecretário-geral de Integração, embaixador José Botafogo. Questionado sobre as divergências na equipe, Carvalho disse que as medidas ``não são simples para serem resolvidas rapidamente". ``O governo ainda está discutindo o assunto", acrescentou. Apesar de estar sendo discutida desde março, a adoção das cotas nunca foi consenso entre Malan, Serra e Dorothéa, os três ministros que decidiriam a questão. O vazamento pela imprensa da notícia de que o governo pretendia editar a MP precipitou a disputa entre Malan e Serra, que se opunham quanto à necessidade de intervir no mercado de importados. Enquanto Serra fazia pressão para que a MP fosse editada, para evitar que os importadores adiantassem seus negócios, Malan pediu um prazo para estudar o impacto das medidas, por não estar seguro de sua necessidade. Mesmo uma semana após o vazamento da medida, Malan vinha conseguindo adiar sua assinatura, tendo como aliado o presidente demissionário do BC, Pérsio Arida. FHC tem sido informado sobre o aumento de atrito entre os ministérios. As equipes não conseguiram manter um ambiente de entendimento para, por exemplo, redigir uma proposta comum de reforma tributária. Texto Anterior: Bolsa paulista cai 9,7% em quatro dias Próximo Texto: Importador argentino ataca cota Índice |
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