São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 1995 |
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Fracassa manobra contra votação dos juros
GABRIELA WOLTHERS; MARTA SALOMON
PMDB e PFL, os maiores partidos da base governista, não aceitaram a estratégia para invalidar o requerimento que pede urgência para a votação do projeto. Os líderes do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), e do PMDB, Michel Temer (SP), recusaram a proposta por avaliar que não conseguiriam consenso de suas bancadas e que a pressão aos deputados poderia terminar em rebelião. A manobra governista consistia em recolher assinaturas para invalidar o requerimento de urgência apresentado na semana passada por Jandira Feghali (PC do B-RJ). Inocêncio e Temer acham que o governo pode ser derrotado no plenário devido à insatisfação dos deputados com os juros altos. ``Em última instância, o presidente (Fernando Henrique Cardoso) veta o projeto", afirmou o líder do PFL. ``Em vez de constranger os deputados, é melhor convencer a votar contra o projeto quando ele for a plenário", justificou Inocêncio. Para ele, a manobra era ``uma medida antipática, que mostrava fraqueza da base governista". Ele aproveitou para criticar o líder do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal (SP), um dos autores da estratégia -que contou com o apoio de FHC. ``A liderança do PFL tem-se firmado pela conquista e não por pressão e ameaça", alfinetou Inocêncio. No total, 297 deputados assinaram o requerimento da deputada Jandira Feghali -202 da base governista, sendo 66 do PMDB, 34 do PFL e 26 do PSDB. A alternativa regimental para invalidar o requerimento seria conseguir que metade mais um dos 297 deputados apresentassem um novo documento solicitando a retirada do pedido de urgência. O PSDB conseguiu as assinaturas de sua bancada, mas vários deputados do PMDB e do PFL se negaram a participar da manobra. Os governistas agora pensam em outra forma de atrasar a votação do projeto. O presidente da Câmara, deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), estuda a possibilidade de enviar o projeto para a Comissão de Constituição e Justiça. A comissão analisaria se os juros podem ser regulados isoladamente ou se é necessária uma lei sobre todo o sistema financeiro. Texto Anterior: Greve dá prejuízo de R$ 400 mil por dia; dez navios estão parados Próximo Texto: Divergência é outra 'picuinha' entre aliados Índice |
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