São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 1995
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Centro está sobrecarregado

DA FOLHA SUDESTE

A secretária da Saúde de Campinas, Carmen Lavras, 42, disse ontem que os serviços de saúde das cidades da região devem fazer os partos que não apresentam risco de vida para a mãe e filho.
``Não adianta sobrecarregar os hospitais de Campinas porque afeta a qualidade do atendimento", afirmou.
``Os bebês que nascem sem problemas, 80% dos casos no Caism, poderiam ser atendidos nos hospitais da região", afirmou Sérgio Marba, diretor do berçário do Caism.
Em Campinas, com exceção do Caism, há quatro leitos na maternidade do Hospital Celso Pierro, da Puccamp, e 12 na Maternidade Campinas.
Para atender todos os pacientes, seriam necessários pelo menos 50 leitos.
Campinas é referência na área de UTI de neonatal e atende pacientes de várias cidades.
No Caism, cerca de 40% dos 300 partos realizados por mês são de moradores de outras cidades da região, principalmente Sumaré e Hortolândia.
O diretor-clínico da Maternidade Campinas, Arthur José de Almeida, 57, disse ontem que o hospital não tem condições de absorver a demanda de pacientes do Caism.
``Estamos trabalhando no limite", afirmou. Ele disse que, no primeiro fechamento do Caism, a procura para realizar partos na Maternidade cresceu 30%.
O hospital faz 30 partos por dia, o que representa a metade dos partos feitos diariamente em Campinas.
A maternidade tem 12 leitos deste tipo, mas atende até 15 crianças em sua unidade.
Almeida disse que espera desde fevereiro de 94 recurso do Estado para instalar mais oito leitos. Cada um custa cerca de R$ 25 mil.
Também o Hospital Celso Pierro, da Puccamp, espera aumentar de quatro para nove os leitos de UTI de neonatal. A Folha não conseguiu localizar o responsável pelo setor ontem à noite.
O advogado criminalista de São Paulo Hermenegildo Coffi Neto, 42, disse ontem que as famílias podem entrar na Justiça com uma ação de reparação pela mortes das crianças por infecção hospitalar.

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