São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 1995
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Travesti não quer ser `ativo'

DA SUCURSAL DO RIO

Nome civil Paulo Sérgio da Costa, o travesti Paulinha, 23, vive um drama: quer sempre fazer o papel de mulher na cama, mas é obrigado por muitos clientes a agir como homem.
``Que diabo de coisa eu sou? Sempre quis ser mulher, e tenho que fazer isso", reclamou, durante o ``3º Encontro Nacional de Travestis e Liberados".
Paulinha participou no Hotel Guanabara, no centro, da palestra ``Transexualismo", do vice-presidente do Grupo Brasileiro de Transexuais, Astrid Bodstein, 25, com sede em São Paulo.
Foram debatidas as diferenças entre travestis e os transexuais. Para Astrid, transexuais são aqueles em que, no comportamento sexual ou social, tem reações de mulher.
O transexual Astrid, por exemplo, disse jamais ter sido ativo sexualmente. Estimulado, tem ereção, mas só atua passivamente.
``Comigo nunca aconteceu de sentir tesão, ter ereção e partir pro papel de ativo", disse, acrescentando que por outro lado existem travestis que ``curtem ser ativos".
Não é o que acontece com Paulinha, cearense que se prostitui em São Paulo e é forçado a ser ativo.
Entender os limites entre o lado masculino e o feminino é importante, segundo Astrid, para um travesti decidir se muda de sexo.

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