São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 1995
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Mercado de opções faz Bolsa paulista cair

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo caiu ontem 3,27%, fechando em 36.650 pontos. O volume negociado foi de R$ 309,97 milhões. O índice Bovespa caiu em uma semana 6,8%.
A baixa foi puxada principalmente por ações da estatal Telebrás, que na mesma semana caíram 8,16%.
No pregão de ontem, Telebrás PN foi responsável por 68,6% do total negociado no mercado à vista, fechando em R$ R$ 30,40.
A principal explicação do mercado para a queda do índice é a proximidade do vencimento no mercado de opções, que acontece na segunda-feira.
A crise política na Argentina -em torno do ministro da Economia, Domingo Cavallo- serviu para aumentar a desconfiança do mercado com relação à Bolsa.
O dólar comercial voltou a cair ontem, sendo negociado no fechamento a R$ 0,906, para compra, e R$ 0,9065, para venda.
Segundo analistas, o governo deve manter as taxas de juros reais altas -próximas de 30% ao ano.
O dólar comercial -avaliam- deve permanecer dentro da atual banda de variação -entre R$ 0,88 e R$ 0,93- no mínimo até o início do segundo semestre.
A avaliação converge para a mesma explicação: caso o governo decida baixar os juros ou acelerar a desvalorização do real, a inflação volta a subir.
``Antes de mexer nos juros ou no câmbio, o governo deve fazer as reformas fiscal e previdenciária", diz Luiz Cezar Fernandes, presidente do Banco Pactual.
Segundo Fernandes, a desvalorização do real frente ao dólar deve ocorrer ``de forma gradual".
A variação cambial -avalia o banqueiro- deve se manter, ao longo do segundo semestre, abaixo da taxa de juros praticada pelo Banco Central.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,144%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 5,65% para 21 dias úteis, projetando rendimento de 4,03% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 5,68% ao mês, com rendimento de 4,05% no mês.
As cadernetas que vencem hoje rendem 3,8534%. CDBs prefixados de 30 dias negociados ontem: entre 35% e 60,5% ao ano. CDBs pós-fixados de 153 dias: entre 12,7% e 12,9% ao ano mais TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia (``hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,62% ao mês, projetando rentabilidade de 4,74% no mês. Para 30 dias (capital de giro): entre 70% e 130% ao ano.
No exterior
Prime rate: 9% ao ano. Libor: 5,94% ao ano

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 3,27%, fechando com 36.650 pontos e volume financeiro de R$ 309,97 milhões. Rio: baixa de 1,3%, encerrando a 17.126 pontos e movimentando R$ 28,8 milhões.
Bolsas no exterior
Em Nova York, o índice Dow Jones fechou a 4.491,08 pontos. Em Londres, o índice Financial Times fechou com 2.505,50 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 14.660,49 pontos ontem.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,906 (compra) e R$ 0,9065 (venda). Segundo o Banco Central, no dia anterior, o dólar comercial foi negociado, em média, por R$ 0,913 (compra) e por R$ 0,915 (venda). ``Black": R$ 0,895 (compra) e R$ 0,905 (venda). ``Black" cabo: R$ 0,905 (compra) e R$ 0,910 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,880 (compra) e R$ 0,915 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,27%, fechando a R$ 11,28 o grama na BM&F.
Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) acumulado no mês até 13 de junho foi positivo em US$ 334,2 milhões. As entradas financeiras superaram as saídas de dólares em US$ 656,2 milhões. O saldo total está positivo em US$ 990,30 milhões.
No exterior
Segundo a ``UPI", em Londres, a libra foi cotada a 1,6095 dólar. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,3973 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 84,60 ienes. Em Nova York, a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 388,3.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para junho fechou a 4,04% no mês e para julho a 3,94% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para junho ficou a 37.450 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para junho fechou a R$ 0,920 e a R$ 0,941 para julho.

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