São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 1995
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'Balance' está acima da média dos CDs de rock

EDSON FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar do produtor Bruce Fairbaim, ``Balance" é um CD de rock acima da média. Não é nada que o Van Halen vá se orgulhar muito no futuro, mas o trabalho se sustenta em dois pilares básicos: a riqueza dos arranjos e o surpreendente vigor musical da banda.
A prova cabal desse último atributo é a faixa ``Big Fat Money", um pulsante petardo que esbarra no punk sem deixar de ser metal. É de dar inveja em bandas com integrantes mais jovens a virilidade com que a banda se atira nessa música. Ela tem tantos detalhes nos arranjos que o aconselhável é desvendá-la aos poucos.
Em seu 11º trabalho, o Van Halen passa por salutar processo de ``orientalização", similar ao dos Beatles á época de ``Revolver" (1966). Sonoridades vindas dos cantos mais obscuros da Ásia tornam inesquecíveis as músicas ``The Seventh Sea" e ``Feelin".
Os estragos de Fairbam começam no gosto que ele tem por músicas que começam em forma de balada e, após o primeiro refrão, recebem uma dose cavalar de decibéis. A única utilidade de recursos manjados como esse é manter a sobrevida de bandas como Bon Jovi (também produzida por Fairbaim) e Whitesnake.
É impossível ouvir falar como ``Take Me Cack" e ``Not Enough" sem visualizar jovens brancos e bem-nutridos fazendo malabarismos em jet skis ou voando de asa delta. Fairbaim pasteuriza o talento alheio.
O máximo da forçação de barra é a faixa ``Can't Stop Loving You". Por meio dela o Van Halen vai fazer muito dinheiro, mas corre o risco de perder todo o crédito.
Se esse disco for um indício de que a banda vai passar o resto dos seus dias tentando agradar o público médio das FMs e roqueiros autênticos, o futuro do Van Halen está ameaçado. Com certeza vai decepcionar os dois.
(EF)

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