São Paulo, domingo, 18 de junho de 1995 |
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México socorre bancos com US$ 3,8 bi
FLÁVIO CASTELLOTTI
Para Eduardo Fernandéz, presidente do órgão, o objetivo do governo não é comprar bancos. ``As ações que estamos comprando agora serão vendidas posteriormente ao setor privado. Nossa intenção é respaldar o patrimônio dos poupadores", disse ele. Fernandéz anunciou ainda que ``em breve" o governo receberá US$ 2,25 bilhões do Banco Mundial e do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), dinheiro que também será canalizado ao sistema financeiro. As altas taxas de juros, ocasionadas pela desvalorização do peso, elevaram a inadimplência a um patamar recorde no país. O volume de créditos em liquidação (considerados irrecuperáveis) chegou a US$ 16 bilhões este mês, 15% da carteira de todo o sistema financeiro mexicano. Essa é, segundo o analista financeiro Fernando Franco, a principal causa dos problemas de liquidez (falta de dinheiro em caixa) dos bancos mexicanos. ``A injeção de capitais é tão volumosa que já se pode falar em reestatização dos bancos mexicanos", comentou Franco. Grandes bancos de varejo são os que receberam maiores quantias. O grupo Union-Cremi necessitou de US$ 1,2 bilhão. Em seguida vêm o Probursa (oitavo banco mexicano em volume de depósitos), que recebeu US$ US$ 780 milhões, e o grupo Serfin (quarto em volume de depósitos), que obteve ajuda de US$ 723 milhões, através do Febrapoa (Fundo Bancário de Proteção à Poupança). Além do governo, vários bancos europeus estão participando da ``operação resgate". Eles compram ações por um preço supostamente desvalorizado. O Banco Comercial Português adquiriu, na semana passada, 10% do capital do Bital (nono do ranking em volume de depósitos). O valor da transação, não revelado, é estimado em US$ 50 milhões. Texto Anterior: Fraudes provocam crise no sistema bancário do país Próximo Texto: Os bodes expiatórios e o milagre das reformas Índice |
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