São Paulo, segunda-feira, 19 de junho de 1995 |
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PC deve arrecadar fundos para presídio
ARI CIPOLA
PC Farias arrecadou fundos para a campanha eleitoral do ex-presidente Fernando Collor, em 1989. As sobras do dinheiro arrecadado para a campanha presidencial teriam sido administradas pelo empresário alagoano em contas bancárias ``fantasmas", que tinham nomes fictícios. Esse fato foi apurado pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Collorgate, que investigou o tráfico de influência exercido pelo empresário durante a gestão de Fernando Collor (1990-1992). PC foi preso na Tailândia em 29 de novembro de 93. Ele foi condenado a sete anos de prisão por crime de falsidade ideológica (por movimentar contas ``fantasmas"). Na semana passada, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu mudar o regime de prisão do empresário, permitindo que PC Farias passe os dias fora da cadeia, mas com a obrigação de prestar serviços à comunidade. É justamente o tipo de trabalho que PC deve fazer que o juiz está definindo. Hoje será o primeiro dia em que PC sairá da cadeia. Moreira não concluiu sua sentença ontem, como havia prometido, porque não havia conseguido conversar sobre sua idéia com o secretário de Justiça do Estado, Rubem Quintela, a quem o presídio agrícola está vinculado. ``Estudo três hipóteses, mas me apaixonei pela que coloca o réu como arrecadador de fundos para a Colônia Agroindustrial Santa Fé", afirmou o juiz. Esse presídio foi construído há mais de dez anos. Sua não-utilização acabou provocando a depredação do prédio, que teve parte do material empregado na obra saqueada pela população de União dos Palmares (AL), onde está localizado. ``O PC pode fazer bem esse trabalho de soerguimento da colônia e, tenho certeza, será a melhor forma de ele ajudar o Judiciário", afirmou. O juiz afirmou que concluirá sua sentença na manhã de hoje. Depois de definida a posição do juiz, PC passa a cumprir pena em regime de prisão aberta. Prisão aberta No regime aberto, PC tem de se recolher ao quartel do Corpo de Bombeiros de Maceió, onde cumpre sua pena, durante as noites, feriados e finais de semana. A proposta do juiz vai ao encontro da expectativa da família de PC, que quer explorar o trabalho filantrópico dele como uma espécie de ``redenção" do nome da família perante a opinião pública. Novo rumo ``Com o Paulo César contribuindo para o Estado e para a nação, esperamos que daqui para a frente a família, e principalmente ele (PC), ganhe um novo rumo", afirmou o deputado federal Augusto Farias (PSC), irmão de PC. O advogado do empresário, Nabor Bulhões, passou o dia ontem ``ansioso" à espera de uma definição do juiz. ``Telefono para ele (juiz) de 20 em 20 minutos, mas não o encontro", afirmou. Texto Anterior: FHC faz 64 anos e pede 'país com tranquilidade' Próximo Texto: Congresso vota juros e prossegue a reforma Índice |
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