São Paulo, segunda-feira, 19 de junho de 1995
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Carga tributária distorce preço de fralda

SYDNEY MANZIONE JR.
ESPECIAL PARA A FOLHA

Cada mercado tem suas peculiaridades. Alguns são compostos de produtos de valor unitário baixo, outros por produtos de necessidade, de conveniência ou de luxo.
Todas as categorias de produto têm suas próprias características e formas de concorrência. Na maioria das vezes, reduções de preços são suficientes para ganhar mercado. Em outros casos, aumentar a distribuição resolve o problema.
Se o produto consegue satisfazer as necessidades do consumidor, será bem-sucedido. Essas mudanças de produto podem ser em formulação ou em embalagem.
Muito se tem gasto em inovações tecnológicas para tentar melhorar os produtos.
Por vezes, altos investimentos em inovação tecnológica não são percebidos pelo consumidor. Ou porque o benefício é sutil ou porque há mudança de fórmula.
Há casos em que mudanças tecnológicas são perceptíveis por trazerem praticidade ou benefícios aparentes. Não é novidade o crescimento que a Procter & Gamble teve no mercado, aliando tecnologia com boa estratégia de marketing. Seu sucesso vem da aliança da inovação com preço justo, que dá melhor benefício pelo custo.
Alguns fabricantes têm investido em inovação. São altos investimentos em uma categoria que, hoje, em função do preço, pesam na cesta básica do brasileiro.
O Brasil, apesar de deter um mercado de fralda com bom porte (cerca de 140 milhões de dólares no ano) consegue ter o nível de uso mais baixo da América Latina.
Isso ocorre em função do preço mais alto das fraldas em relação aos outros produtos em geral, principalmente quando comparado aos outros países. Esse fato não ocorre com força dos fabricantes, que em conjunto praticam preços mais altos, ou porque o Brasil fornece condições perversas para a configuração de custos do setor.
É a carga tributária que incide sobre o produto no Brasil que faz a diferença.
Nesse composto de preço relativo mais alto e esforço tecnológico, pareceria difícil avaliar se o consumidor estaria comprando mais de uma marca do que outra. Isso acontece em percentual, quando algumas marcas ganham em detrimento de outras. Mas o crescimento da categoria foi de 130% em 94. E se o preço fosse menor?

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