São Paulo, segunda-feira, 19 de junho de 1995
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suportável já é uma virtude

O

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

O suportável já é uma virtude
O ``western spaghetti" divide-se em cineastas de gênio (Sergio Leone) ou enorme inventividade (Sergio Sollima, Damiano Damiani) e nulidades tonitruantes (pilhas).
São raros os casos de talentos medianos (Sergio Corbucci) ou, um pouco menos que isso, suportáveis. Talvez essa última categoria seja a que vem mais a calhar para Tonino Valerii, de ``Uma Razão para Viver, Uma Razão para Morrer" (CNT/Gazeta, 23h).
O melhor do filme, em todo caso, é James Coburn, liderando um grupo de condenados que, para chegar à remissão, topa a ingrata missão de conquistar um domínio inimigo. É uma variação de ``Os Doze Condenados", de Robert Aldrich, para ver num dia em que as opções escasseiam (para usar um registro bem eufemístico).
Paul Mazursky está um pouco no mesmo caso, o dos talentos suportáveis, e entra um pouco mais cedo (CNT/Gazeta, 20h), com ``Moscou em Nova York". Aqui, um músico soviético opta pelas delícias da liberdade.
Fiel a seu registro ``sério", Mazursky mostrará as agruras da liberdade. Há muitos casos de filmes que resistem às mudanças da política mundial. Dois exemplos óbvios: os trabalhos de Eisenstein, o russo, ou inúmeros filmes de espionagem de Hitchcock.
Para chegar a isso, é preciso que, além do interesse imediato, o filme possua umas outras tantas riquezas. Os de Mazursky não costumam resistir nem ao momento em que é lançado. Mas tem alguma graça mínima, o mínimo para preencher umas horas, em caso de tédio. (IA)

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