São Paulo, segunda-feira, 19 de junho de 1995 |
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Grupo Corpo faz retrospectiva
ANA FRANCISCA PONZIO
Três programas diferentes serão mostrados na temporada de hoje até domingo, no teatro Municipal. Um dos critérios na escolha das coreografias foi evidenciar contrastes e as transformações estéticas desenvolvidas por Rodrigo Pederneiras, coreógrafo do Corpo. Hoje e amanhã, o elenco dança ``Missa do Orfanato". Criada em 1989, trazia uma densidade até então inédita na obra de Pederneiras. Evocando certo misticismo, os bailarinos esboçam personagens e uma carga dramática muito bem resolvida, que não resulta em atmosfera pesada. Após ``Missa..." vem ``Sete ou Oito Peças para um Ballet", de 1994, em que Pederneiras mergulha na poética minimalista de Philip Glass. Quarta e quinta-feiras o programa começa com ``Prelúdios", com a música de Chopin conduzindo desdobramentos formais de dança em estado puro. Ao lançá-la, em 1985, Pederneiras consagrou-se como o melhor coreógrafo brasileiro. A coreografia seguinte, ``21", de 1992, destaca elementos da cultura brasileira combinados ao som da magnífica partitura elaborada por Marco Antonio Guimarães, do Grupo Uakti. Embora também reúna momentos distintos, o programa dos dias 24 e 25 destaca um ponto comum: o humor brejeiro que desponta em ``Variações Enigma" (1991) e ``Nazareth" (1993). Entretanto, é a musicalidade a marca registrada das obras de Pederneiras. Uma característica que, segundo o coreógrafo, vem mudando com o tempo. ``Hoje estou mais aberto para a música contemporânea. Também percebo que minhas coreografias estão mais sintéticas e menos verborrágicas", comenta Pederneiras. (AFP) Texto Anterior: Rui Moreira resgata costumes simples Próximo Texto: O pianista Arnaldo Cohen toca com a Royal Philarmonic Índice |
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