São Paulo, segunda-feira, 19 de junho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Prisioneiros sérvios são soltos pela ONU

ROGÉRIO SIMÕES
ENVIADO ESPECIAL A ZAGREB

As forças de paz das Nações Unidas em Sarajevo libertaram ontem quatro soldados sérvios, detidos no final de maio depois de um combate com tropas francesas na capital bósnia.
A entrega dos soldados foi exigida pelo comando sérvio como condição para a libertação dos seus últimos 26 reféns -entre eles o brasileiro Harley Alves-, também soltos ontem.
Apesar de ter entregue o que os sérvios exigiam, o comando das forças da ONU em Sarajevo negou que a organização tenha cedido de alguma forma.
O porta-voz Jim Landale disse à Folha, por telefone, que as duas libertações não tiveram nenhuma relação entre si.
Segundo ele, os quatro soldados sérvios foram soltos porque a investigação sobre o confronto que causou sua prisão havia terminado.
"A investigação sobre o incidente foi concluída e não havia mais a necessidade de mantê-los conosco", afirmou. "Então eles foram entregues hoje (ontem) às autoridades sérvias."
Desde o início da crise dos reféns, no dia 26 de maio, a ONU tem descartado oficialmente qualquer tipo de negociação para conseguir a libertação do grupo.
Os sérvios exigiram primeiro que as Nações Unidas anunciassem o fim dos ataques aéreos da Otan contra suas bases.
O comando das forças de paz tem dito que os ataques ainda são uma alternativa, mas os sérvios afirmam ter recebido a garantia de que não haveria mais ações desta natureza.
A entrega dos quatro soldados, não considerados pela ONU prisioneiros de guerra, passou a ser exigida na semana passada pelo líder dos sérvios na Bósnia, Radovan Karadzic.

Texto Anterior: Mulher do militar soube da libertação pela TV
Próximo Texto: Ataque mata sete civis em Sarajevo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.