São Paulo, terça-feira, 20 de junho de 1995 |
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The best
FÁBIO SORMANI Houston Rockets campeão da NBA. Muito já se falou sobre o bicampeonato dos Rockets. Justo?Justíssimo. Nada a questionar. Os 4 a 0 diante do Orlando Magic foram exagerados? Pode ser, talvez o Orlando merecesse vencer umas duas partidas. Mas... O “mas” é Hakem Olajuwon. Na última coluna, disse que falaria sobre Hakeem mais tarde. Chegou o momento. Hakeem, “The Dream”, foi o fiel da balança nos playoffs. Desequilibrou a favor do Houston. Robert Horry, ala dos Rockets, declarou após o título que os pivôs Hakeem e Shaquille O’Neal iriam se anular e que os outros jogadores é que iriam decidir. Discordo completamente. Sem Hakeem, não haveria bicampeonato no Texas. Eleito por unanimidade o MVP (melhor jogador) das finais pelo segundo ano consecutivo -o que só Michael Jordan tinha conseguido até então-, Hakeem derrubou alguns recordes nas finais: a) foi o cestinha dos playoffs com uma média de 33,0 pontos por jogo; b) bateu o recorde de pontos em uma final, 131; c) também em uma final, quebrou o recorde de arremessos de quadra convertidos, 56; d) superou, igualmente em uma série decisiva, o recorde de arremessos de quadra tentados, 116. A vitória de Hakeem tem um significado muito importante para o basquete. O quero dizer é o seguinte: peça para qualquer entendido em basquete a definição para a posição de pivô. Ele vai dizer que é o jogador mais alto de um time e que se limita a pegar rebote, passar a bola para um companheiro, ou quando muito, tentar a cesta. Tal conceito não cabe em Hakeem. Ele é muito mais do que isso... Hakeem prova que é possível ser grandalhão e ter classe, que é permitido ser gigante e ter habilidade/agilidade, que é fatível ser uma montanha de músculos sem se tornar um asselvajado, que é exequível ser herói e manter a humildade. Hakeem é o divisor de águas para a definição do que seja um pivô. Daqui para a frente, quando algum garoto com características físicas para tanto for convidado para ser um pivô de basquete, pode sonhar sim, senhor, em ser artista. É só pegar os vídeos de Hakeem e estudá-los com carinho. Observar seus momentos, suas atitudes, sua elegância, seu companheirismo, sua inteligência... Texto Anterior: O social gaúcho contra o liberal paulista Próximo Texto: Notas Índice |
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