São Paulo, terça-feira, 20 de junho de 1995
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Espinoza recusa-se a cumprir pena

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O brigadeiro Pedro Espinoza, condenado a seis anos de prisão no Chile, declarou que não vai se entregar à Justiça. Ele toma a mesma atitude que o general Manuel Contreras, condenado a sete anos.
Ambos foram responsabilizados na Suprema Corte pelo assassinato do líder socialista Orlando Letelier, em 1976, em Washington.
Desde a condenação, no fim de maio, Espinoza vinha dizendo que cumpriria a pena.
Ontem, passou a fazer exigências: ``Cumprirei a pena no Comando de Telecomunicações do Exército (em Santiago), recinto no qual me encontro, por considerar esta unidade o lugar adequado para um militar, já que cumpre as condições de honra, tranquilidade e segurança", disse Espinoza em uma nota à imprensa.
A decisão de Espinoza tem apoio do comandante do Exército, Augusto Pinochet. Foi durante o regime militar de Pinochet -em que Contreras e Espinoza tomaram parte- que aconteceu o crime.
Na semana passada, uma operação do Exército transportou Contreras de sua chácara, na região de Puerto Montt (sul) para um hospital naval de Talcahuano (a 450 km de Santiago).
Contreras está instalado no hospital, e os policiais foram proibidos de entrar, sob a alegação de que ele está doente.
O líder do Partido Democrata (situação) no Congresso, Alejandro Foxley, disse que o governo não vai negociar com o Exército para que Contreras e Espinoza se entreguem.
O general Contreras enfrenta ainda problemas com a Justiça da Itália e da Suíça. Ontem, em Roma, aconteceu uma nova audiência que apura a tentativa de homicídio contra Bernardo Leighton, líder democrata-cristão chileno.
O crime ocorreu em Roma, em 1975. Também são acusados seu ex-subordinado Eduardo Iturriaga e o italiano Giuliu Crescenzi. O julgamento deve acabar no sábado.
Em Berna, o deputado suíço Jean Ziegler pediu a extradição de Contreras. Segundo Ziegler, a Dina (polícia política, comandada por Contreras) teria sequestrado e matado um estudante suíço em 1977, em Buenos Aires.
O ex-ministro Francisco Javier Cuadra, secretário de Governo na época de Pinochet, foi detido ontem. Na semana passada, um tribunal expediu ordem de prisão contra ele. Cuadra é acusado de injúria, por ter dito que alguns deputados usam cocaína.

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