São Paulo, terça-feira, 27 de junho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CUT admite falha na comunicação de petroleiros

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL<UN>

Os petroleiros, durante a greve de 30 dias que terminou dia 2, “não conseguiram travar um diálogo mais firme com a população” para esclarecê-la sobre o movimento, segundo o secretário-geral da CUT (Central Única dos Trabalhadores), João Vaccari Neto.
Por isso, de acordo com Vaccari, a CUT vai discutir o “direito de greve”, em sua reunião da direção executiva, que começa amanhã. É a primeira reunião da direção nacional da CUT após o fim da greve dos petroleiros.
“Precisamos encontrar formas de organizar greves de motoristas, metroviários, setor de saúde e até petroleiros sem entrar em conflito com os interesses da população. “
Vaccari acha que o direito de greve deve ser exercido “mas de forma que os outros trabalhadores entendam, não autoritariamente”. Para Vaccari, instrumentos próprios de comunicação dos sindicatos devem ser usados para o “esclarecimento” à população.
O coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Antônio Carlos Spis, participará dos debates na CUT. Em São José dos Campos, os petroleiros da Revap (Refinaria do Vale do Paraíba), suspenderam a greve marcada para hoje e decidiram esperar por uma deliberação de outras refinarias.
Salários
Durante a reunião da CUT, que termina na sexta-feira, será discutida também a questão salarial.
O presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, defende a reposição salarial pela inflação toda vez que a taxa mensal ultrapassar 2%.
“Achamos que existe espaço no Congresso para debater a manutenção de lei que estabeleça uma política salarial protegendo os trabalhadores mais desorganizados e o salário mínimo”, disse Vaccari.
A Força Sindical aceita a livre negociação a partir de julho, como propõe o governo, mas quer antes repor perdas salariais com o IPC-r (índice que corrige os salários) para todas as categorias, diz Paulo Pereira da Silva, diretor da central.
“Se não houver reposição, vai ter guerra contra os setores do governo que estão barrando essa idéia. Vai estourar muita greve por aí “. A central pede também proteção ao mínimo e aos aposentados.

Texto Anterior: Advogados querem regra para contratos novos
Próximo Texto: Governo quer reduzir juros em agosto
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.