São Paulo, terça-feira, 27 de junho de 1995 |
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San Francisco está à espera da morte
MICHAEL DOGAN
Meu escritório ficava no oitavo andar de um arranha-céu no centro. No último terremoto, uma massa em pânico tentou descer as escadas completamente às escuras. Se ele tivesse sido mais forte ou mais próximo, muitos teriam morrido -especialmente se a saída no térreo estivesse bloqueada. Meu plano era prender a ponta de uma longa corda à grade que se estende pelas três grandes janelas do escritório, que vão até o chão. Quando o próximo terremoto acontecesse -e é uma questão de ``quando", não de ``se"-, eu pegaria a marreta, arrebentaria uma janela e desceria pela corda. Eis agora a dura realidade sobre as precauções contra terremotos na cidade de San Francisco: cinco anos depois, ainda não comprei nem a corda nem a marreta. Não é que eu já nem me preocupe com terremotos. Preocupo-me com eles a cada vez que os especialistas chutam para cima suas previsões de risco -o que acontece com muita frequência. Por exemplo: de acordo com a última estimativa, a probabilidade de que ocorra um grande terremoto na falha de Hayward, nos próximos 30 anos, chega a 90%. Há pouco tempo, perguntei a um especialista qual seria o pior cenário previsível no caso de um grande terremoto -ele me deu o exemplo de Kobe, no Japão. Tradução de Lucia Boldrini. Texto Anterior: Ou o parque do apocalipse? Próximo Texto: Pelourinho gera polêmica Índice |
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