São Paulo, terça-feira, 27 de junho de 1995 |
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Casario surgiu no século 17
SÔNIA FONTES MOREIRA
Depois de dois anos de recuperação arquitetônica, histórica, artística, cultural e social, os 750 mil m2 do Pelourinho retomam sua importância e vitalidade. Situada no centro do extenso litoral brasileiro e à entrada de uma grande baía -a Baía de Todos os Santos-, Salvador forneceu um excelente ancoradouro nos primeiros anos do século 16. Em 1549, foi escolhida por Portugal para ser a sede administrativa e governamental da nova colônia, tornando-se o primeiro centro urbano planejado das Américas e a primeira capital do Brasil. Em fins do século 17, seu porto era o mais importante do Atlântico Sul. Datam desse período, até final do século 18, o conjunto arquitetônico formado por casarios, construções várias e um acervo sacromonumental singular. A partir do século 19, surgiu o comércio e evidenciou-se a chegada de imigrantes. O Pelourinho assumiu, então, o papel a ele delegado até os dias de hoje -de sintetização da imagem da Bahia através da pluralidade de costumes, culturas e raças existentes nas suas casas, ruas e vielas. Com o êxodo das antigas famílias no início do século 20, o Pelourinho entrou em decadência. No final da década de 60, Michel Perent, da Unesco, visitou o conjunto e, em 1971, começaram os movimentos de recuperação. Nas seus dois primeiros governos estaduais, Antônio Carlos Magalhães iniciou a revitalização da área. Finalmente, em 86, a Unesco reconheceu o centro histórico como patrimônio da humanidade. Em 91, o então governador Antônio Carlos Magalhães decidiu encampar a reabilitação do acervo recuperando 400 imóveis. Hoje, o projeto de reabilitação do Pelourinho é irreversível. SÔNIA MARIA FONTES MOREIRA, 37, arquiteta, preside a Companhia de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Salvador. Texto Anterior: Pelourinho gera polêmica Próximo Texto: A Bahia é um presépio Índice |
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