São Paulo, terça-feira, 27 de junho de 1995
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Roma é para ser vista do alto

LILIANA MADEO
DO ``LA STAMPA'S"

Não, a visita à Roma (Itália) não começa pelo castelo de Santo Ângelo, praça Navona, fonte de Trevi. E não obriga admirar do ônibus o Vaticano e o Coliseu.
Existe meio mais fascinante de descobrir a capital italiana: vê-la do alto. O elevador não é destinado a turistas e permite a chegada ao Instituto de História da Renascença. Costeando o lado direito do monumento a Vítor Emmanuel, na praça Veneza, acha-se o elevador no primeiro pórtico.
Ainda uma olhadela e surge a Roma da Renascença. A massa imponente do Quirinal, cúpulas e campanário de Santa Maria Maior, a fachada de São-Pedro-em-Montorio, a cúpula chata do Panteão, o obelisco e os anjos do castelo de Santo Ângelo.
O reconhecimento pode durar dias. Pode-se qualificar de imperfeito quem passa um tempo no terraço, devorado pela curiosidade e paixão. Mas esse é o turista feliz.
Seu gosto pela descoberta da cidade ``vista do alto" pode ainda se refinar. Roma possui outros postos de observação, inúmeros. A sacada da praça Quirinal, o jardim des Orangers de l'Aventin, a esplanada da casa de Augusto no Palatino.
Pode-se também procurar o panorama que pintores dos século 18 e 19 reproduziram, como o do terraço suspenso que flanqueia o Observatório Astronômico do monte Mário. Uma paisagem amada por Goethe, Liszt, D'Annunzio, Carducci e todos os que cantaram a majestade de Roma.
A visão aérea tem limites. Roma é carnal e é preciso aproximar-se dela e reencontrar um pouco da atmosfera da Via Condotti nos séculos 18 e 19 no Café Greco, onde sentaram Gogol, Stendhal, Leopardi, Baudelaire, Wagner e Mendelssohn.
Em Roma, templos da cozinha também são eternos, como o histórico Piperno, na rua Monte Cenci, o Vecchia Roma, na praça Campitelli, e o austero Pompiere.

Tradução de Bertha Halpern Gurovitz.

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