São Paulo, sábado, 1 de julho de 1995 |
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Para PT e PPR, trabalho será prejudicado
LUCIO VAZ RAQUEL ULHÔA
``A medida provisória pulveriza a ação sindical e cria um `buraco negro' na negociação. Tem um ranço de lei das selvas, onde quem é mais forte ganha mais", disse o presidente nacional do PPR, senador Esperidião Amim (SC). Amim afirmou que a criação da figura do mediador é operacionalmente complicada. ``O Ministério do Trabalho vai ser a Sunab deste plano. Todo impasse vai parar lá. E o Ministério não tem estrutura". O líder do PT no Senado, Eduardo Suplicy (SP), afirmou que a MP é caracterizada pela falta de equidade no tratamento dos rendimentos do trabalho e do capital. ``A TBF é, na verdade, um tabefe no trabalhador``, ironizou. Suplicy diz que o trabalhador é jogado na livre negociação ``em condições ainda precárias", enquanto permanecem formas de indexação para o mercado financeiro e para a receita do governo. O líder do PT na Câmara, Jaques Wagner (BA), disse que esta é a MP da ``livre exploração do trabalho". Segundo ele, a desindexação atingiu só os salários. ``Nem sabemos o índice que vai corrigir o mínimo em maio de 96". Wagner afirma que a MP é ``uma tentativa de quebrar o movimento sindical, porque empurra os trabalhadores a se organizarem por empresa. A produtividade só pode ser dada por empresa". Neste ponto, a defesa de Amim lembra o discurso dos petistas, seus adversários políticos. ``Eu quero uma CUT forte. Sou até filiado à CUT. Não quero a entidade partidarizada. Mas a MP enfraquece as centrais e os sindicatos", diz o presidente do PPR. O líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado (SP), afirma que a negociação da produtividade por empresa vai permitir que empresas com melhor saúde financeira concedam mais ganhos para os trabalhadores. O líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), disse que, com a livre negociação, o trabalhador vai estipular melhor as perdas e negociar melhor o ganho real. ``A indexação dava a ilusão da recuperação imediata". O líder do PDT na Câmara, Miro Teixeira (RJ), apresentou ontem mesmo uma alternativa de reposição para futuras perdas salariais. O reajuste dos salários ficaria atrelado ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). Outra alternativa foi apresentada pelo líder do PC do B na Câmara, Aldo Rebelo (SP). Ele defendeu a criação de um gatilho salarial. Haveria reajuste cada vez que a inflação atingisse 6%. Texto Anterior: Fim de indexador para os salários divide opiniões, afirma Datafolha Próximo Texto: CUT critica e Força Sindical apóia MP Índice |
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