São Paulo, sábado, 1 de julho de 1995
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FHC agora diz apoiar imposto da saúde

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso comprometeu-se ontem, diante de secretários estaduais de Saúde e do ministro Adib Jatene (Saúde), a se empenhar pela volta do IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentações Financeiras), o imposto sobre cheque, para financiar o setor.
FHC disse que vai conversar com a área econômica do governo, que resiste à idéia, e com os líderes dos partidos que apóiam o governo. Cabe ao Congresso aprovar novas fontes de recursos.
``Aceito assumir a liderança na busca de recursos", declarou FHC após citar a proposta de emenda constitucional que recria o IPMF e a reforma tributária como alternativas para ``quebrar o círculo vicioso" da falta de verbas.
``É chegado o momento. Vamos ter agora não só a emenda Valadares (sobre IMPF, proposta pelo senador Antônio Carlos Valadares, PP-SE) como a reforma da Constituição também no que se refere à questão tributária", disse FHC.
Depois, o presidente também citou projeto do deputado Prisco Viana (PPR-BA), que recria o empréstimo compulsório sobre combustíveis durante cinco anos para financiar a saúde. Ele disse que os recursos não serão destinados só a pagamentos dos hospitais, mas também à prevenção de doenças.
O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, Vanderlei Neto, cobrou de FHC o compromisso de dar prioridade ao setor, assumido durante a campanha presidencial.
O tom do discurso de FHC mudou em relação ao que dissera na semana passada, quando disse ser de responsabilidade do Congresso achar uma solução para a saúde.
Anteontem, foi tenso o clima de uma reunião entre Adib Jatene e membros da equipe econômica, em que os técnicos afirmaram não haver como aumentar os recursos.
O presidente fez ontem uma consideração sobre a proposta, dizendo que ela não tinha apoio ``unânime" dentro do governo. ``Não é porque não queiram, é por causa dos efeitos sobre a inflação. Tudo bem. Discute-se. Mas nós vamos ter de ter esses recursos."
No início de maio, FHC disse a parlamentares ligados ao setor que apoiava a proposta de volta do IPMF, agora na forma de uma contribuição para financiar o setor, mas não prometeu se empenhar pela aprovação.
O encontro com Jatene teve um momento descontraído. FHC posou, a pedido dos fotógrafos, com uma nota de R$ 1 para lembrar o aniversário da moeda. Depois, deu a cédula para Jatene, dizendo que estava concedendo dinheiro para a saúde. Explicou, em seguida, que se tratava de uma brincadeira.

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