São Paulo, sábado, 1 de julho de 1995
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D. Lucas condena sincretismo e quer limitar cenas de sexo na TV

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), d. Lucas Moreira Neves, 70, disse ontem que é contra o sincretismo (fusão de elementos culturais) do catolicismo e religiões não-cristãs e defendeu a limitação de cenas de sexo na televisão.
``O sincretismo, pastoralmente falando, não é uma opção válida", disse. Na quarta-feira à noite, o grupo Olodum quase foi impedido pelo arcebispo de Brasília, d. José Freire Falcão, de se apresentar no no santuário Dom Bosco.
D. Lucas afirmou que, se o caso ocorresse em sua arquidiocese (Salvador), estudaria ``com todo o respeito".
Adeptos do candomblé reclamam de proibições do cardeal-arcebispo de Salvador a rituais em que eles se unem aos católicos.
A igreja do Bonfim tem agora as portas fechadas no dia da lavagem de suas escadas, uma homenagem anual do candomblé.
D. Lucas diz que ``a lavagem é um sincretismo religioso de três minutos. Tudo o mais (a festa) é um sincretismo com bebida, violência, imoralidade". Ele nega, porém, que tenha sido sua a iniciativa de fechar as portas do templo. ``Foi meu terceiro antecessor".

Televisão
D. Lucas afirmou que pode apoiar uma lei que vete cenas de sexo e nudez na TV. ``Eu sou contra a imoralidade na televisão".
Ele pediu a sua assessoria uma cópia do projeto do deputado evangélico Salatiel Carvalho (PP-PE), aprovado nesta semana na Comissão de Educação. D. Lucas defende um código de ética, prevendo sanções aos infratores.
O presidente da CNBB chegou a Brasília no início desta semana, sua primeira passagem pela sede da entidade desde que foi eleito presidente, no dia 15 de maio.
No mesmo período, esteve duas vezes no Vaticano e convidou formalmente o papa para vir ao Brasil em 1997. Ainda não houve resposta.

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