São Paulo, sábado, 1 de julho de 1995 |
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Presos ameaçam novo motim em Tremembé ISNAR TELES e RAIMUNDO DE OLIVEIRA ISNAR TELES; RAIMUNDO DE OLIVEIRA
Na tarde de ontem, o clima no presídio ficou tenso. Os presos gritavam que tomariam a penitenciária e matariam condenados por estupro, caso não fossem atendidos. Segundo agentes penitenciários, um dos líderes do último motim -identificado apenas como Jurandir- teria avisado o secretário de Estado de Administração Penitenciária, Belisário dos Santos Júnior, 47, sobre a rebelião. ``Pelas condições do presídio, é inviável que o horário de visita se restabeleça nesse fim-de-semana", disse Santos Júnior, que vistoriou o presídio ontem. Segundo ele, as reformas no local devem durar dois dias, a contar de hoje. Santos Júnior teria sido vaiado pelos presos, que esperariam uma posição oficial do Estado até hoje, antes de iniciar a nova rebelião. Como ameaça, os 680 presos recusaram a comida ontem. ``Eles (os presos) têm o direito dizer o que quiserem. Isso não significa que irá acontecer uma nova rebelião, até porque a PM manterá um efetivo no interior da penitenciária", disse Santos Júnior. O comandante da PM na operação do presídio, capitão Carlos de Mattos Bitencourt, disse que um pelotão ficará no interior do presídio por tempo indeterminado. Ontem, a PM vistoriou os pavilhões para apreender armas e localizar possíveis túneis. Até as 17h, mais de 200 facas foram retiradas da penitenciária, segundo a PM. A vistoria foi acompanhada por 28 funcionários da penitenciária que consertaram trancas de celas quebradas pelos presos no motim. A rebelião, que durou 132 horas e 45 minutos, foi controlada anteontem pela PM. Foi o mais longo motim no Estado de São Paulo. Texto Anterior: D. Lucas condena sincretismo e quer limitar cenas de sexo na TV Próximo Texto: Luz quer renovar policiais do Rio Índice |
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