São Paulo, sábado, 1 de julho de 1995 |
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Trilha de "Batman 3" é saco de gatos
BIA ABRAMO
O critério que norteia a trilha parece ser algo como "as bandas prediletas de quem organizou" ou mesmo "as canções que terão mais probabilidades de vender o disco". Aquela coisa veja o filme, compre o disco, a camiseta, o videogame, os quadrinhos etc. Depois de duas trilhas assinadas pelo ex-Oingo Boingo Danny Elfman, que ficavam entre o sinfônico pomposo e o gótico solene, agora a opção foi por uma trilha moderninha. Elfman, embora carregasse nas tintas, pelo menos sabia o que estava fazendo. A trilha deste "Batman Eternamente" está mais para música de filme sobre conflitos amorosos de jovens urbanos do que para pano de fundo das história sombrias do Homem-Morcego e seu parceirinho Robin na mítica Gotham City. Não que seja ruim. É só um saco de gatos. Tem U2 -é incrível como esses caras ficaram melhores depois de velhos- com "Hold Me Thrill Me Kiss Me Kill Me", música que, mal o filme estreou, já está nas paradas nos EUA. Tudo bem, é só um rockão com sabor épico, sintetizadores e ecos de Pink Floyd, mas funciona. Tem PJ Harvey, menos nickcaviana do que em seu último álbum, com órgãozinhos ingênuos e gritaria. Tem o próprio Nick Cave em um bela canção country nervosa, "There's a Light". Flaming Lips, "Bad Days, e The Devlins, "Crossing the River", fazem bonito no lado porrada. Mazzy Star é uma surpresa com boa voz e até o baladão sentimental de Seal tem seu charme. Disco: Batman Forever Grupos: U2, PJ Harvey, Brandy, Seal, Massive Attack, Eddi Reader, Mazzy Star, Offspring, Nick Cave, Method Man, Michael Hutchence, The Devlins, Sunny Day Real State, Flaming Lips Lançamento: Warner Preço: R$ 20 (o CD, em média) Texto Anterior: Novas vozes disputam por individualidade Próximo Texto: Cale e Healey provam que dominam o blues Índice |
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